O Ministério Público Federal no Piauí ajuizou ação civil pública na
Justiça Federal solicitando a anulação parcial do Exame Nacional do
Ensino Médio (Enem) de 2014, segundo nota divulgada nesta tarde. O MPF
pede a anulação e uma nova aplicação da prova de redação.
Segundo o órgão, o inquérito feito pela Polícia Federal constatou por
meio de exame pericial, feito em celulares de alguns estudantes ouvidos
na investigação, que houve o vazamento do tema da redação do Enem 2014
pelo aplicativo WhatsApp às 10h47 do dia 9 de novembro de 2014, segundo
dia de aplicação do Enem, quando os alunos fazem a prova de redação, nos
grupos “Vem que Eu Faço Direito”, “Terceirão”, “Boa Sorte” e “VQV”. Em
depoimentos, os estudantes afirmaram que receberam a mensagem horas
antes da prova e que a replicaram para outros grupos.
Em liminar,
o MPF também requereu que a Justiça suspenda imediatamente as etapas
seguintes à aplicação da prova: inscrição no Sistema de Seleção
Unificada (Sisu), matrículas nas universidades que adotam o Enem como
sistema único de classificação e torne sem efeito as notas gerais
divulgadas no dia 13 de janeiro de 2015. Foi solicitado também pagamento
de multa caso a decisão seja descumprida.
Também de acordo com o
MPF, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio
Teixeira (INEP), autarquia federal vinculada ao Ministério da Educação,
responsável pela gestão e divulgação do Enem, apresentou nota técnica na
qual admite ter havido a abertura dos malotes contendo as provas nos
estados do Piauí, Maranhão e Paraíba duas horas antes do horário
estipulado no procedimento operacional padrão.
No ano passado,
mais de 6,1 milhões de candidatos fizeram o Enem. A nota do exame pode
ser usada para o ingresso no ensino superior público pelo Sisu, para
concorrer a bolsas no ensino superior privado pelo Programa Universidade
para Todos (ProUni), para obter financiamento pelo Fundo de
Financiamento Estudantil (Fies), participar do programa de intercâmbio
Ciência sem Fronteiras, além de concorrer a vagas no ensino técnico e
obter certificação do ensino médio.
Fonte: Agência Brasil
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