De acordo com a economista-chefe do SPC Brasil,
Marcela Kawauti, mesmo em meio à crise econômica que o país atravessa,
essa desaceleração do aumento da inadimplência entre as empresas ocorre
em virtude da maior restrição ao crédito e menor inclinação ao
investimento por parte dos empresários.
“Se, por um lado, o recuo
da atividade econômica provoca queda no faturamento das empresas e na
capacidade desses empresários honrarem seus compromissos, por outro, os
índices de inadimplência vêm crescendo em um ritmo menor, em decorrência
da maior restrição ao crédito e da menor propensão a investir. Com
menos custos e menos tomada de crédito, há também menos endividamento”,
explicou a economista.
Na comparação mensal – entre julho e
agosto deste ano – houve uma leve queda de 0,29% no volume de empresas
inadimplentes. Nos meses anteriores, o SPC havia registrado alta no
índice de 0,42% em junho e 0,08% em julho.
“Para os próximos meses, espera-se que atividade econômica siga uma
lenta recuperação e que os empresários permaneçam cautelosos devido ao
cenário de grande incerteza política e econômica, o que deve manter o
crescimento da inadimplência das empresas em patamares discretos frente à
série histórica como um todo”, afirma o presidente da Confederação
Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), Honório Pinheiro.
Setores
Entre
os segmentos de empresas devedoras, as altas mais expressivas ficaram
com os ramos de serviço (5,60%) e indústria (2,29%), seguidos pelas
empresas que atuam no setor de comércio (2%) e no ramo da agricultura
(0,77%).
Já do lado credor – empresas que deixaram de receber de
outras empresas – o destaque foi a indústria, que registrou alta de
6,27% na quantidade de pagamentos que deixou de receber. No comércio, a
alta observada chegou a 4,83% em agosto de 2017, em relação a agosto do
ano passado. Os atrasos com empresas do setor de agricultura caíram
21,12% no período analisado e 0,64% entre as empresas do ramo de
serviços, que englobam bancos e financeiras.
Dados regionais
Os
dados regionais mostraram que a Região Sudeste liderou o crescimento da
inadimplência entre as empresas. Na comparação com o mesmo mês do ano
passado, o número de pessoas jurídicas com contas pendentes na região
cresceu 3,64%. Em seguida, aparecem as regiões Nordeste, que registrou
alta de 2,88% na mesma base de comparação; Norte (2,73%); Centro-Oeste
(2,38%), e Sul (2,35%).
Outro indicador mensurado pelo SPC Brasil
e pela CNDL é o de dívidas em atraso. Nesse caso, o crescimento também
foi o menor já observado para os meses de agosto, desde o ano de 2011:
alta de 0,8% na comparação anual. Na comparação mensal, ou seja, na
passagem de julho para agosto, o índice caiu 0,46%.
Fonte: Agência Brasil
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