Estudo do Ministério da Saúde mostra que os homens fazem mais
exercícios físicos que as mulheres. Enquanto 41,2% deles praticam algum
exercício no tempo livre, apenas 27,4% delas fazem o mesmo. No total,
nos últimos cinco anos, houve aumento de 12,6% no número de pessoas que
se exercitam. O crescimento ocorreu em todas as faixas etárias, com
exceção da terceira idade, que manteve o percentual.
Os dados
estão no levantamento Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para
Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), divulgado hoje
(24). Para o professor e psicólogo Luciano Santana Lopes, que cursa
doutorado na Universidade de Brasília e é especializado em atividade
física e educação, hábitos estabelecidos na infância refletem na idade
adulta. "É uma questão cultural mesmo. Os meninos são incentivados desde
muito cedo pelos professores a participar atividades físicas,
principalmente as coletivas, ao passo que as meninas são constantemente
direcionadas para um lado mais social, com bem menos exercício físico."
“Fazer exercício significa uma qualidade de vida melhor e uma
quantidade de vida maior”, defende Ricardo Munir Nahas, diretor da
Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte. O médico
assegura que praticar esportes traz diversos benefícios. “A saúde vai
melhorar. Praticando atividade física, as pessoas vão ter menos pressão
alta, colesterol mais controlado, menor risco de diabetes, mais
disposição para o lazer e para o trabalho. As pessoas dormem melhor e
acordam dispostas com menos depressão, menos alterações psicossomáticas.
Também controlam o peso melhor, esse controle faz com que a sobrecarga
do envelhecimento seja menor para as articulações, principalmente nos
membros inferiores, o que diminui as dores articulares.”
Além de
todos esses benefícios, o médico explica que estudos mostram que a
atividade física reduz a chance de alguns tipos de câncer, além de
melhorar a tonicidade da pele. Segundo o Ministério da Saúde, há redução
de 20% a 30% de mortalidade por doenças crônicas entre quem pratica
atividade física regular.
Ele conta que é muito bom ter o acompanhamento de um profissional de educação física para prescrever os exercícios e de
um médico do esporte para avaliar a série, de acordo com o metabolismo e
as metas do paciente. Porém, a ausência desses profissionais “não é
desculpa para não praticar atividade física”, destaca o especialista em medicina do esporte.
Para
a diretora de Vigilância e Promoção da Saúde do Ministério da Saúde,
Déborah Malta, o aumento de pessoas praticando exercício também se deve à
disseminação da informação sobre todos os benefícios. Além disso, ela
explica que hoje há mais academias em pontos mais convenientes para as
pessoas. ”Há uma ambiência muito favorável em relação aos benefícios da
atividade física, sem dúvida isso tem levado a um aumento da prática da
atividade física de forma generalizada”, avalia.
A Vigitel também
mostra que entre quem tem mais escolaridade a atividade física está
mais presente. Entre quem tem mais de 12 anos de escolaridade a prática
regular de exercício chega a 45%, enquanto entre os que tem até 8 anos o
percentual cai para 22%.
Para que as pessoas com menos
escolaridade, e consequentemente, com menor renda, possam ter mais
acesso a atividades físicas, foram instaladas 800 academias públicas ao
ar livre, como parte do Plano de Ação para Enfrentamento das Doenças
Crônicas Não Transmissíveis do Ministério da Saúde.
Fonte: Agência Brasil
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