O Brasil fechou 2016 com 12,3 milhões de pessoas desempregadas, com a
taxa média móvel encerrando o 4º trimestre em 12%, mostrando
estabilidade em relação aos 11,8% relativos ao 3º trimestre móvel do
mesmo ano (julho, agosto e setembro), mas ainda assim tem a maior taxa
da série histórica, iniciada em 2012.
Em relação ao 4º trimestre
móvel de 2015 (9%), a taxa de desemprego cresceu 3,1 pontos percentuais.
Os dados fazem parte da pesquisa nacional por Amostra de Domicílio
Contínua (Pnade Contínua) e foram divulgados hoje (31), pelo Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Segundo a
publicação, a população de desocupada no Brasil cresceu 2,7% frente ao
trimestre de julho a setembro, aumentando 36% (ou mais 3,3 milhões de
pessoas desempregadas) em relação ao mesmo trimestre de 2015.
A
população ocupada do país no fechamento de 2016 chegou a 90,3 milhões de
trabalhadores, crescendo 0,5% em relação ao trimestre anterior,
chegando 2,1% ( 2 milhões de pessoas) em relação ao quarto trimestre de
2015. Cerca de 34 milhões de pessoas ocupadas no setor privado tinham
carteira de trabalho assinada, número que ficou estável no último
trimestre móvel do ano, mas recuando nos 12 meses de 2016, com 3,9% (ou
menos 1,4 milhão de pessoas).
Cai número de empregados no setor público
Outra
constatação importante da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio
Contínua diz respeito ao contingente de pessoas ocupadas por grupamentos
de atividade que caiu no trimestre móvel de outubro a dezembro de 2016,
em relação ao trimestre de julho a setembro do mesmo ano, em setores
importantes da economia brasileira e, em geral demandadores de mão de
obra.
Segundo a pesquisa, entre os dois últimos trimestres do ano
passado, houve retrações em setores como o da administração pública,
defesa, seguridade social, educação, saúde e serviços sociais, que
juntos registraram queda de 1,3% na taxa média móvel de desocupação, o
equivalente a 199 mil pessoas.
Houve expansão no emprego no
grupamento de comércio, reparação de veículos automotores e
motocicletas, cuja taxa cresceu 3,3%, o equivalente a 559 mil pessoas;
transporte, armazenamento e correio (2,5%, ou seja, mais 110 mil
pessoas), alojamento e alimentação (3,1%, ou seja, mais 145 mil
pessoas). Os demais grupamentos se mantiveram estáveis.
Rendimento médio
Apesar
do aumento do desemprego ao longo do ano passado, que bateu recorde da
série histórica iniciada em 2012, com mais de 12 milhões de pessoas sem
empregos, o rendimento médio real habitualmente pago aos trabalhadores
brasileiros se manteve estável entre 2015 e 2016.
Segundo a
publicação do IBGE, o rendimento médio real habitual dos trabalhadores
ficou em R$ 2.043 ao longo de 2016, mostrando estabilidade em relação
aos R$ 2.026 pagos no trimestre imediatamente anterior (junho a
setembro), bem como em relação aos R$ 2.033 pagos no mesmo trimestre de
2015.
A massa de rendimento real habitual pago em 2016 ficou em
R$ 180 bilhões, acusando aumento de 1,2% frente aos R$ 177,8 bilhões
pagos no trimestre anterior, mas ficando estável em relação ao mesmo
trimestre de 2015 (R$ 182,2 bilhões).
Taxa média de desocupação
Os
dados divulgados hoje pelo IBGE relativos à Pnad Contínua indicam que a
taxa de média de desocupação em 2016 foi 11,5%, ficando 3 pontos
percentuais acima dos 8,5% relativos à taxa média de desocupação de
2015.
A população desocupada passou de 8,6 milhões, na média de
2015, para 11,8 milhões, em 2016, uma alta de 37%, o equivalente a uma
taxa média de desocupados de 3,2 milhões de trabalhadores.
A
população média ocupada caiu de 92,1 milhões de pessoas para 90,4
milhões, o equivalente a menos 1,7 milhões de trabalhares ocupados em
média ao longo do ano passado.
Carteira assinada
O
país perdeu em 2016, 1,4 milhões de postos de trabalho com carteira
assinada no setor privado. Dados divulgados pelo IBGE indicam que o
número de empregados com carteira assinada no setor privado caiu 3,9% no
ano passado, passando de 35,7 milhões, em 2015, para 34,3 milhões em
2016.
Mesmo assim, o contingente de empregados no setor privado
com carteira de trabalho assinada, estimado em 34 milhões de pessoas,
apresentou estabilidade em comparação com o trimestre de julho a
setembro de 2016.
Na outra ponta, no período de outubro a
dezembro de 2016, as categorias dos empregados no setor privado sem
carteira de trabalho assinada (10,5 milhões de pessoas) apresentou
elevação (2,4%) em relação ao trimestre de julho a setembro de 2016
(mais 248 mil pessoas).
A categoria dos trabalhadores por conta
própria (22,1 milhões de pessoas) registrou expansão (1,3%) frente ao
trimestre de julho a setembro de 2016 (mais 274 mil pessoas). Em relação
ao mesmo período do ano anterior o movimento foi queda (3,4%, ou seja, -
784 mil pessoas).
O contingente de empregadores, estimado em 4,1
milhões de pessoas, apresentou estabilidade frente ao trimestre
imediatamente anterior. Em relação ao mesmo período do ano anterior,
esse contingente registrou elevação de 4,8% (mais 190 mil pessoas).
A
categoria dos trabalhadores domésticos, estimada em 6,1 milhões de
pessoas, se manteve estável tanto em relação ao trimestre de julho a
setembro de 2016 quanto frente ao trimestre de outubro a dezembro de
2015.
Fonte: Agência Brasil
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