quarta-feira, 20 de julho de 2016

Veja como zerar suas dívidas até o Natal; especialista orienta

No último ano, o número de inadimplentes cresceu em 3,2%. Apesar disso, sair dessa situação e começar 2017 zerado não é impossível: só requer organização e disciplina.
Com o aumento do desemprego e alta na inflação, ficar com as contas em dia tem se tornado um desafio para os trabalhadores. Segundo levantamento da Boa Vista SPC, empresa de informações financeiras, nos últimos 12 meses a elevação no número de inadimplentes foi de 3,2%. O cenário, contudo, não impede a quem está com o nome sujo sair do vermelho até 31 de dezembro. Basta bons diagnóstico e planejamento para receber 2017 sem dívidas.
“Não existe milagre para limpar o nome. Isso é resultado de uma somatória de fatores que dependem tanto da colaboração do credor, quanto da disposição do consumidor. Porém, em seis meses é possível”, afirma a juíza Fabiana Pellegrino, idealizadora do Juizado de Apoio ao Superendividado do Tribunal de Justiça da Bahia.
Economista da Boa Vista SCPC, Flavio Calife crê que cortar os custos é o primeiro passo para retomar as rédeas da vida financeira. “Toda e qualquer forma de reorganizar as contas parte do planejamento, repensando o orçamento doméstico. Contas de luz e água podem ser reduzidas, por exemplo”.
Para o educador financeiro Rafael Seabra, incluir toda a família no planejamento é fundamental. "Converse com seus familiares e explique a situação. Não é possível fazer mudanças radicais sem que todos participem e compreendam  esta nova fase. E não se desespere. Quando isso acontece, as pessoas tendem a acreditar em qualquer solução que aparece na frente", diz.
Dívidas
Fabiana Pellegrino explica que, para ficar no azul, é essencial se conscientizar e mudar os hábitos financeiros. "As pessoas devem fazer uma reflexão sobre a sua realidade e perceber que não pode consumir além do seu limite econômico", observa. Desempregado há dois meses, Raimundo Nascimento tem uma dívida de R$ 250 com duas operadoras de telefonia. Por não ter poupado nenhuma quantia, hoje ele tem dificuldade para sair do vermelho. “Ficar com o nome sujo é muito ruim, pois me impossibilita de fazer planos futuros”. 
Este também é o caso da atendente de telemarketing Luana de Jesus. Com uma dívida de R$ 1.500, ela busca uma maneira de limpar o nome o mais rápido possível (Veja exemplo de solução na tabela ao lado). “Ficar no vermelho implica várias outras coisas. Quero começar do zero”, diz.
Com um salário mínimo, ela e a mãe – que recebe uma aposentadoria no mesmo valor - dividem as despesas da família, que inclui sua filha de 3 anos. “Nosso maior gasto é com alimentação. Para reduzir as despesas é muito difícil. Não tem como não comer ou não pagar aluguel”
Precauções
De acordo com Seabra, é importante poupar dinheiro para evitar problemas financeiros. “Nós não temos o hábito de poupar dinheiro. Quanto mais ganhamos, mais gastamos. Se não fizermos uma reserva financeira quando estamos num momento bom, qualquer imprevisto vai causar problemas”, explica.
Aos que estavam endividados e conseguiram solucionar o problema, o desafio é ter cuidado para que isso não volte a acontecer, principalmente no final do ano. “Janeiro é o mês que mais temos gastos extras, com IPTU, férias, material escolar e etc. Cair na tentação das promoções de fim de ano significa comprometer seu orçamento no começo do ano seguinte”, conclui Seabra.
Já Calife acredita que o cenário está melhorando. “Vejo uma evolução no número de pessoas que procuram gastar menos", diz. Um levantamento da Boa Vista SCPC aponta que, após limpar o nome, 84% dos consumidores não pretendem fazer novas compras nos próximos meses.
Passo a passo para ficar com o nome limpo
Conscientização Assuma para si mesmo que está quebrado e que levará um tempo para se reestruturar. O grande vilão não é a falta de dinheiro para pagar as dívidas, e sim maus hábitos e comportamentos em relação ao dinheiro que levaram à dívida. Você só vai conseguir mudar se assumir que cometeu erros e que precisa fazer algo diferente.
Diagnóstico Faça um levantamento detalhado de todas as suas dívidas, discriminando por tipo, nome do credor, valor devido, taxa de juros, além do prazo e valor da parcela.  Analise seus gastos e identifique quais itens são realmente essenciais.
Planejamento Pense antes de agir. Pagar credores sem qualquer critério não resolverá o problema. Muitas vezes, você só estará pagando os juros e não o saldo devedor. Examine suas dívidas e verifique quais têm taxas de juros mais altas: elas devem ser priorizadas. 
Negociação O primeiro credor que você deve procurar é o banco. Converse com o gerente, apresentando a situação. O objetivo imediato é estancar o aumento da dívida, interrompendo a cobrança de juros sobre juros. Tente negociar uma linha de crédito diferenciada, com maior prazo e juros menores (inferiores a 3% ao mês), na qual a prestação seja menor e caiba – com folga – no seu bolso.
Poder judiciário Se você se endividou porque perdeu seu emprego ou por má gestão financeira, a Justiça está a seu favor. Procure o Poder Judiciário para o “tratamento das situações de superendividamento do consumidor” em sua cidade.  Esta iniciativa tem como objetivo mediar a renegociação de suas dívidas com todos os seus credores, de forma amigável, de acordo com seu orçamento familiar.
Fonte: iBahia

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