A correção de 5% na tabela do Imposto de Renda Pessoa Física só será
definida no fim de março, na divulgação da programação orçamentária de
2017, disse ontem (23) a secretária do Tesouro Nacional, Ana Paula
Vescovi.
Inicialmente, a secretária do Tesouro tinha informado
que o Orçamento deste ano reservava recursos para a correção de 5% da
tabela do Imposto de Renda. Por volta das 18h20, no entanto, o
Ministério da Fazenda enviou um esclarecimento de que a medida não
consta da peça.
Em 22 de março, o Planejamento divulgará o primeiro Relatório Bimestral de Receitas e Despesas,
com a definição dos recursos a serem contingenciados (bloqueados) para o
cumprimento da meta de déficit primário de R$ 139 bilhões para o
Governo Central (Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central). O
volume de despesas discricionárias (não obrigatórias) a ser
contingenciado é definido com base na estimativa de receitas e nos
parâmetros da economia.
Oficialmente, o Orçamento ainda prevê
crescimento de 1,3% para o Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e
dos serviços produzidos no país) em 2017. As instituições financeiras,
no entanto, preveem expansão de apenas 0,48%, de acordo com a edição
mais recente do boletim Focus, pesquisa semanal com instituições financeiras divulgada pelo Banco Central.
Um
crescimento do PIB menor que o previsto poderá fazer o governo depender
de outras fontes de receitas para cumprir a meta de déficit primário,
como um novo programa de regularização de ativos no exterior
(conhecido
como repatriação) e o programa de renegociação de dívidas com a União.
Restos a pagar
O superávit de R$ 18,968 bilhões em janeiro
– o terceiro melhor da história para o mês – foi obtido graças à queda
das despesas (13,2% em valores corrigidos pela inflação) em ritmo maior
que a queda das receitas (9,1% em valores corrigidos pela inflação). Os
investimentos contribuíram significativamente para o esforço fiscal, com
redução de 79,3% em relação a janeiro do ano passado.
De acordo
com a secretária do Tesouro, a queda significativa dos investimentos
decorre da redução de restos a pagar (verbas de anos anteriores que
ficam para os exercícios seguintes).
Tradicionalmente, o Tesouro
deixava um volume significativo de despesas a serem executadas no início
do ano seguinte, mas, no ano passado, a equipe econômica aproveitou a
entrada de recursos da repatriação para diminuir o volume de restos a
pagar, o que reduziu a execução de despesas não obrigatórias em janeiro.
“Até
recentemente, os restos a pagar eram jogados para janeiro. Com a
reorganização orçamentária, a despesa discricionária diminuiu no
primeiro mês do ano porque decidimos executar parte dos gastos em 2016”,
explicou Ana Paula Vescovi.
Fonte: EBC
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