A proporção de consumidores que prevêem inflação abaixo do limite
superior de tolerância do regime de metas adotado pelo governo, que é
6,5%, aumentou gradativamente em 6,4 pontos percentuais, ao passar de
32,5% para 38,9% do total, entre janeiro e fevereiro deste ano. Esta
percepção de expectativa de queda da inflação ocorreu em todas as faixas
de renda.
Segundo dados divulgados hoje (21) pelo Instituto
Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV), a
expectativa mediana dos consumidores brasileiros para a inflação nos 12
meses seguintes recuou 0,3 ponto percentual de janeiro para fevereiro,
ao passar de 7,9% para 7,6%.
Segundo a pesquisa Expectativa de
Inflação dos Consumidores, este é o menor valor desde os 7,2% de janeiro
de 2015 e o terceiro recuo mensal consecutivo, o que levou o indicador a
fixar-se em fevereiro em 3,8 pontos percentuais abaixo do mesmo mês do
ano anterior – quando chegou a alcançar o máximo da série histórica de
11,4%.
A pesquisa divulgada pela FGV mostra a posição da
entidade sobre as causas desta redução. Para o economista da FGV Pedro
Costa Ferreira, parece clara a percepção de uma desaceleração rápida da
inflação para os próximos meses.
“As oscilações do Indicador de
Expectativas de Inflação costumam carregar informações obtidas pelos
consumidores sobre a inflação recente. No momento, a percepção de
desaceleração rápida da inflação nos próximos meses parece clara. Outro
fato é que a queda da inflação está ocorrendo mais rapidamente entre as
famílias de renda mais elevada, com maior escolaridade, e acesso a
informação”, disse o economista.
Faixa de renda
Apesar
de a expectativa de queda da taxa de inflação ter ocorrido em todas as
faixas de renda familiar, o destaque ficou com as famílias com renda
mensal superior a R$ 9,6 mil, cuja previsão mediana de 6,4% ficou abaixo
do limite superior de tolerância do regime de metas do Banco Central.
A
expectativa maior da inflação para os próximos meses ficou com as
famílias com menor taxa de renda, até R$ 2,1 mil. Nesta faixa de renda, a
expectativa de inflação futura ficou em 8,5% caindo para 7,9% entre os
conumidores que granham de R$ 2,1 mil e R$ 4,8 mil. Entre as famílias
com renda entre R$ 4,8 mil e R$ 9,6 mil, a expectativa de inflação para
os próximos meses ficou em 7,5%.
Fonte: EBC
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