O valor dos alimentos essenciais na mesa dos brasileiros caiu, em
janeiro, em 20 das 27 capitais onde é feita a Pesquisa Nacional da Cesta
Básica de Alimentos, do Departamento Intersindical de Estatística e
Estudos Socioeconômicos (Dieese). O quadro difere do registrado em
dezembro, quando todas as localidades pesquisadas indicaram elevação de
preços.
Ao longo de janeiro, a capital do Acre, Rio Branco, foi a
que apresentou o maior recuo (-12,82%), seguida de Cuiabá (-4,16%), Boa
Vista (-3,94%) Campo Grande (-3,63%) e Curitiba (-2,97%).
Já as
altas ocorreram em Fortaleza (4,64%), Aracaju (2,18%), Salvador (1,30%),
João Pessoa (0,76%), Teresina (0,57%); Manaus (0,18%) e Brasília
(0,22%).
A cesta mais cara foi encontrada em Porto Alegre (R$
453,67). O segundo maior valor também está no sul do país
(Florianópolis, com R$ 441,92) e, na terceira posição, vem o sudeste com
o Rio de Janeiro (R$ 440,16). Em sentido oposto, aparecem na lista, com
os custos mais baixos, Rio Branco (R$ 335,15) e Recife (R$ 346,44).
No
acumulado de 12 meses, houve elevação em 14 cidades com destaque para
Maceió (15,99%); Fortaleza (11,89%) e Belém (8,52%). Entre as 13
localidades com redução, as mais expressivas foram anotadas em Belo
Horizonte (-6,71%); Campo Grande (-4,69%); Palmas (-4,45%) e Brasília
(-4,23%).
Valor do salário mínimo ideal
Pelos
cálculos do Dieese, com base na cesta mais cara do país, o trabalhador
deveria ganhar um salário mínimo de R$ 3.811.29 para sustentar uma
família com quatro pessoas. O valor é 4,07 vezes maior do que o atual
mínimo (R$ 937,00).
Comparado a janeiro de 2016, caiu a diferença
entre o oficial e o ideal, já que há um ano o teto considerado
necessário foi estimado em R$ 3.795,24 ou 4,31 vezes mais do que o
salário mínio vigente naquele período (R$ 880,00).
A pesquisa
aponta ainda que, com a correção do piso salarial em 6,48%, o
trabalhador compromete 91 horas e 48 minutos para ganhar o equivalente
para a compra dos produtos, tempo inferior ao mensurado em dezembro
último (98h58) e em janeiro de 2016 (97h02).
São Paulo tem custo da cesta reduzido
Considerando
o custo da cesta básica e o valor líquido constante no contracheque do
trabalhador, em que já está descontado o recolhimento da Previdência
Social, o comprometimento do ganho para adquirir os produtos atingiu em
janeiro 45,36%, taxa menor do que a de dezembro último (48,89%) e
janeiro de 2016 (47,94%).
Na cidade de São Paulo, o custo da
cesta recuou 0,68% com valor de R$ 435,89, o quarto maior do país. No
acumulado de 12 meses, a variação foi negativa em 2,77%. Entre os
produtos que mais influenciaram esse resultado estão o feijão
carioquinha (-17,75%); a batata (-14,63%); o leite integral (-2,66%) e a
farinha de trigo (-0,58%).
Fonte: Agência Brasil
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