Nos últimos seis anos, o Brasil registrou uma média de 77,8 milhões
de raios por ano, segundo levantamento do Instituto Nacional de
Pesquisas Espaciais (Inpe).
Os novos dados apontam que 2012 foi o
ano com maior incidência de raios, registrando 94,3 milhões, devido ao
fenômeno La Niña, na região norte do país. Em 2013 foram 92 milhões, em
2014 foram 62,9 milhões e em 2015, 68,6 milhões de raios, ano em que
houve um acréscimo devido ao El Niño, responsável pelo aumento dos raios
nas regiões Sul e parte das regiões Sudeste e Centro-Oeste.
Para
2017, a previsão é de uma incidência de raios dentro da média
histórica. A estimativa é feita a partir das temperaturas dos oceanos
Atlântico e Pacífico - Sul, Equatorial e Norte.
Estados e municípios
O
estudo mostrou que o estado com maior densidade de raios (quantidade de
raios por quilômetro quadrado por ano) é o Tocantins, com 17,1 raios
por quilômetro quadrado. Na sequência aparecem Amazonas (15,8), Acre
(15,8), Maranhão (13,3), Pará (12,4), Rondônia (11,4), Mato Grosso
(11,1), Roraima (7,9), Piauí (7,7) e São Paulo (5,2).
O ranking das
cinco primeiras capitais com maior densidade de raios por quilômetro
quadrado por ano é: Rio Branco (30,13) Palmas (19,21), Manaus (18,93),
São Luís (15,12), Belém (14,47) e São Paulo (13,26).
Mortes
Entre 2000 e 2014, foram registradas 1.792 mortes por descargas elétricas, uma média de 120 vítimas anualmente.
A
maior parte das mortes ocorre na Região Sudeste (28%) e as outras
quatro regiões estão empatadas com 18% cada. São Paulo é o estado com
maior número de vítimas, seguido por Minas Gerais, Rio Grande do Sul,
Pará, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Goiás.
O Grupo de
Eletricidade Atmosférica (ELAT) do Inpe concluiu que 43% das mortes
acontecem durante o verão e que, a cada três mortes, duas ocorrem ao ar
livre. Além disso, a probabilidade de um homem morrer ao ser atingido
por um raio é quase 4,5 vezes maior do que uma mulher. Entre os mortos,
82% eram do sexo masculino. A cada 50 mortes por raio no mundo, uma
ocorre no Brasil.
O relatório do Inpe mostrou ainda que as
atividades rurais, exercidas por pessoas que recolhiam animais ou se
ocupavam de plantações com enxadas, pás e facões, representam 25% das
mortes por raio no país. As fatalidades dentro de casa estão em segundo
lugar e representam 17%, seguidas de situações em que a vítima estava
próxima a um veículo (11%), cujas estruturas metálicas elevam a chance
de receber descarga, e embaixo de árvores (8%).
Apesar do perigo
de se estar próximo a veículos em tempestades, o Inpe lembra que se
refugiar dentro de um automóvel é seguro, desde que não seja
conversível.
Levantamento anterior feito pelo Inpe, com
informações sobre mortes por raios entre 2000 e 2009, apontou que a
maioria das vítimas atingidas em casa estava falando ao telefone com
fio, descalça em chão de terra batida ou ainda próxima a antenas,
lâmpadas, geladeiras, janelas e televisores.
De acordo com o
Inpe, a chance de uma pessoa ser atingida diretamente por um raio é
muito baixa, sendo menor do que 1 para 1 milhão. No entanto, se a pessoa
estiver numa área descampada embaixo de uma tempestade forte, esta
chance pode aumentar em até 1 para mil.
Em geral, as mortes e os
ferimentos provocados por raios não ocorrem em situações em que as
pessoas são atingidas diretamente, e sim pelos efeitos indiretos das
descargas elétricas. A corrente do raio pode causar queimaduras, por
exemplo, e a maioria das mortes é causada por parada cardíaca e
respiratória. Grande parte dos sobreviventes sofre sequelas psicológicas
e orgânicas por longo tempo.
Proteção pessoal
Entre
os cuidados que as pessoas devem ter durante as tempestades estão:
evitar sair às ruas, refugiar-se em prédios com para-raios ou em abrigos
subterrâneos como metrôs ou túneis, evitar usar telefones com fio ou
ligados à tomada, ficar longe de tomadas, janelas metálicas e aparelhos
ligados à rede elétrica, evitar topos de morros ou prédios e áreas
descampadas como campos de futebol e evitar ficar próximo a árvores
isoladas.
Se a pessoa estiver em um local sem abrigo próximo e
sentir os pelos arrepiados ou coceiras na pele, pode ser indicativo de
que um raio está prestes a cair. Neste caso, deve se ajoelhar e se
curvar para frente, colocando as mãos nos joelhos e a cabeça entre as
pernas. Jamais deve deitar no chão.
Fonte: EBC
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