Entidades lançaram hoje (28) uma carta aberta pedindo avanços na Lei
de Acesso à Informação (LAI), em vigor desde 2012. O documento foi
elaborado pela organizações não governamentais Artigo 19, Transparência
Brasil, pela Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) e
pelo Programa de Transparência Pública da Fundação Getulio Vargas
(FGV).
O texto destaca as conquistas conseguidas nos cinco anos
de vigência da lei. “O volume e a qualidade de informações públicas
disponíveis para os cidadãos foram ampliados; o controle social pela
imprensa e pela sociedade civil se qualificou; e a opacidade passou a
ser um constrangimento para o agente público”.
Porém, o documento
enfatiza que ainda existe “consideráveis lacunas na implementação e no
cumprimento da LAI em todo o Estado brasileiro, especialmente nos níveis
estadual e municipal”. Um dos principais pontos destacados pelos
pesquisadores e ativistas é a falta de padronização na aplicação da
legislação.
“Em muitos lugares, a gente está discutindo dados
abertos e como melhorar isso e, em outros, a gente está discutindo o que
tem direito de perguntar”, ressaltou a coordenadora de acesso à
informação da Artigo 19, Joara Machezini.
“As discrepâncias são
tão grandes que inviabilizam, por exemplo, a comparação entre estados de
dados sobre licitações. As camadas de dados são diferentes, os formatos
nos quais os documentos e arquivos são disponibilizados são
diferentes”, complementou a pesquisadora da FGV, Irene Niskier.
Propostas
Por
isso, a primeira recomendação da carta é a criação de um órgão
independente que avalie a transparência pública nacionalmente. Segundo
Irene, existem estruturas semelhantes no México e na Índia. “A gente não
está falando de tirar as responsabilidades, a liberdade de agência dos
órgãos que já existem, mas de coordenar isso a nível nacional”, diz
sobre como funcionaria a nova estrutura em parceria com a
Controladoria-Geral de União e as controladorias estaduais e municipais.
A
criação de plataformas para fazer a solicitação de informações, a
exemplo do que já existe em nível federal, e a proteção da identidade
dos que fazem pedidos de dados são outros pontos do documento. De acordo
com o pesquisador da FGV Greogory Michener, oito estados não têm esse
tipo de sistema. Porém, um mecanismo que centraliza e organiza os
pedidos de informação aumenta, segundo estudo feito pelo Programa de
Transparência da FGV, em 225% a possibilidade de uma resposta às
demandas.
Fonte: Agência Brasil
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