segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Economistas recomendam cautela e planejamento nos gastos extras de fim de ano


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As despesas extras de fim de ano se aproximam e as perspectivas são de que a economia ainda não terá se recuperado em 2016. Por isso, os brasileiros devem ter atenção para não exagerar nos gastos e começar o ano com recursos equilibrados. Segundo economistas ouvidos pela Agência Brasil, para não extrapolar o orçamento, a recomendação é a velha fórmula de colocar as contas na ponta do lápis e planejar.

A economista-chefe do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC-Brasil), Marcela Kawauti, explica que um erro comum na época de festas é calcular apenas as despesas com o lazer. “Tem que tomar muito cuidado com isso. Tem viagem, presente, ceia, roupa, só que janeiro também tem muitos gastos. Na hora de fazer planos para o 13º e o salário desses dois meses, tem que levar em consideração tudo, não só os gastos do Natal, Ano Novo e férias”, diz, lembrando que despesas como material escolar, seguro do carro, IPTU e IPVA costumam se concentrar no início do ano.
Ela destaca que a maioria das pessoas não tem o hábito de fazer o planejamento financeiro. “As pessoas gastam muito tempo ganhando dinheiro. Mas muita gente não gasta nem uma hora por semana olhando seu planejamento”, comenta. Para quem está endividado, a recomendação da economista é usar a renda extra do fim de ano para quitar as obrigações. “Em primeiro lugar, essa pessoa deve fazer tudo para pagar. Seja com o 13°, cortando algum gasto ou vendendo algum bem. Em segundo, precisa fazer uma análise boa da sua vida financeira, revisar seus hábitos”, afirma.
Os que terminaram 2015 sem dívidas podem comemorar mais tranquilos, mas, segundo Marcela, não estão livres da necessidade de rever hábitos, ainda mais levando-se em conta a crise econômica. “Tem gente que fez tudo direitinho, não tem dívidas. É o zero a zero. Mas a gente não considera que gastar tudo que ganha é viver dentro do seu padrão. O ideal seria que todo mundo fizesse uma reserva financeira. Vale aproveitar o fim do ano, esse momento de renovação, e começar a poupar. O ano de 2016 também vai ser de conjuntura difícil. Sempre pode haver um imprevisto”, alerta.
O economista Gilberto Braga, professor de Finanças da Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas Ibmec, dá dicas para quem tem dificuldade em planejar o orçamento ou decidir que gastos cortar. Segundo ele, o acompanhamento das despesas deve ser adaptado às características de cada pessoa. “Tem gente que anota centavo a centavo e tem gente que faz um registro mais global. O ideal é que, cada um com sua característica, as pessoas saibam no que estão usando o seu dinheiro”, comenta.
Segundo o economista, o orçamento mensal deve conter as entradas e saídas de dinheiro. No caso das saídas, ele sugere dividir as despesas entre obrigatórias e variáveis. Nos gastos obrigatórios entram aluguel, supermercado, água e luz, por exemplo. Nas despesas opcionais, podem ser elencadas saídas à noite ou compra de presente de aniversário. A divisão ajuda a visualizar onde é possível cortar gastos, explica Braga. A família pode começar a mudar de hábitos para economizar na luz, caso a conta esteja pesando, ou trocar uma saída à noite por um programa com amigos em casa.
Gilberto Braga também recomenda que a forma de registro do orçamento seja acessível. “Hoje há programas sofisticados que podem ser comprados, baixados gratuitamente, mas não são amigáveis no sentido de estimular uma pessoa comum a usar. O ideal é que se anote em um papel, agenda, caderno de notas, qualquer coisa que seja de fácil manipulação e esteja sempre com a pessoa”, diz.
Por fim, ele também recomenda se resguardar em face ao momento econômico complicado. “O ano de 2016 vai ser difícil. Enquanto houver essa crise simbiótica, política e econômica, será difícil o país reverter o quadro e voltar a crescer. O ideal é ir fazendo uma reserva”, afirma. De acordo com Braga, a poupança deve corresponder a, no mínimo, três meses do gasto mensal, para que a família possa lidar com imprevistos, tais como perda de emprego. A economista Marcela Kawauti, do SPC Brasil, defende uma reserva maior, equivalente a seis meses dos gastos mensais.
Fonte: Agência Brasil

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