Número equivale ao total de acessos do RJ, 3º maior estado no segmento
O Brasil fechou o ano de 2015 com o fim de 22,9 milhões de linhas de celular, segundo informações divulgadas pela Agência Nacional das Telecomunicações (Anatel) nesta sexta-feira (29).
O G1 já havia registrado em dezembro do ano passado a queda recorde do setor, mas somente até outubro. Com os dados para todo o ano disponíveis, é possível agora ver com maior precisão o recuo histórico, nunca antes registrado.
Para as operadoras, os causadores da derrapada são a crise econômica e o “efeito WhatsApp”, que faz clientes preferirem chats para se comunicar em vez de terem mais de uma conta em diferentes operadoras.
'Um RJ a menos'
Para se ter ideia do tombo, é como se o país tivesse perdido em 12 meses a totalidade dos acessos móveis do Rio de Janeiro, que é o terceiro maior estado brasileiro em número de linhas de celular, com 23 milhões. O estado foi um dos sete que mais perderam acessos, com 1,7 milhão a menos.
A onda de “mortes” de linhas atingiu todas as unidades federativas. Desde São Paulo, que possui a maior concentração e perdeu 3,5 milhões, até Roraima, a menor, e registrou o fim de 33 mil linhas.
Todas as quatro grandes operadoras do país tiveram redução em suas bases de clientes. A mais impactada foi a TIM, que perdeu 9,4 milhões de linhas, mas se manteve como a segunda maior. Na sequência, aparece a líder Vivo, com 6,6 milhões, a Claro, terceira maior, com 5,1 milhões, e a Oi, com 2,8 milhões.
O Brasil é o quinto maior mercado de telefonia móvel do mundo e viu o número de linhas de celular crescer até maio do ano passado, quando chegou a 284 milhões. Desde então, só caiu: a redução até dezembro chega a 26,3 milhões. Até 2015, nunca o Brasil havia fechado o ano com menos acessos móveis do que havia começado.
Crise e 'efeito WhatsApp'
Em dezembro, as operadoras consultadas pelo G1 atribuíram a queda à crise econômica e ao “efeito WhatsApp”.
A preferência pelos serviços conectados, diferentes dos oferecidos pelas operadoras, faz as linhas de celular ficarem ociosas. Para driblar a crise econômica, as empresas decidiram ser mais ágeis no cancelamento dessas contas.
Segundo empresários do setor, a estratégia foi adotada para poupar dinheiro, já que, ao eliminar acessos móveis inativos, também deixam de pagar taxas referentes a ele, como a do Fundo de Fiscalização das Telecomunicações (Fistel).
Uma linha só pode ser desconectada após 90 dias sem fazer chamadas tarifadas, enviar torpedos ou acessar a internet, determina a Anatel. Para manter clientes, as empresas reiniciavam a contagem até quando ligações gratuitas eram feitas. Com a crise, isso acabou.
Fonte: Tribuna hoje
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