Um aumento no limite de renda para o estudantes acessarem o
Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) será o próximo nó que terá que
ser desatado para que o programa tenha maior eficácia, de acordo com
instituições particulares.
No ano passado, o Ministério da Educação estabeleceu que só poderiam obter financiamento os estudantes com renda familiar per capita de até 2,5 salários mínimos.
A
limitação contribuiu, segundo os donos das escolas, para que parte das
vagas ficasse ociosa. No mais recente processo seletivo, no início do
ano, quase a metade das matrículas oferecidas deixaram de ser ocupadas,
conforme dados do MEC.
“Aumentando a renda, aumenta o percentual de financiamento e faz com
que mais estudantes possam ter acesso ao ensino superior. Diminui também
a inadimplência. É um ciclo que melhora todo o processo”, diz o diretor
executivo da Associação Brasileira de Mantenedoras do Ensino Superior,
Sólon Caldas.
Ontem (27), o ministro da Educação, Aloizio
Mercadante, disse que a questão é avaliada, e que o impacto do aumento
do teto é calculado pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação.
De acordo com o ministro, o teto poderá ser ampliado para 3,5 salários
mínimos por pessoa, o que, em valores atuais, equivale a R$ 3.080.
Mercadante
anunciou mudanças no Fies. As novas regras incluem a flexibilização da
oferta de cursos prioritários. Até o mais recente processo seletivo, 70%
das vagas eram oferecidas para as áreas de saúde, engenharia,
licenciaturas e pedagogia. Agora serão 60% para essas áreas.
Haverá
ampliação do prazo para conclusão da inscrição de cinco dias corridos
para cinco dias úteis, e maior autonomia para a instituição confirmar a
matrícula do estudante. Além da redução do patamar mínimo de prestação
do Fies, de R$ 100 para R$ 50. As mudanças valerão para os contratos
assinados no segundo semestre.
Sólon Caldas explica que para o
setor as mudanças são positivas. “Todas essas modificações terão impacto
no ensino superior. Muito mais alunos terão acesso ao financiamento. Em
um primeiro momento, o MEC restringiu muito o programa e agora viu que
não está preenchendo as vagas”, diz.
O Fies oferece financiamento
de cursos em instituições privadas a uma taxa efetiva de juros de 6,5%
ao ano. O percentual do custeio é definido de acordo com o
comprometimento da renda familiar mensal bruta per capita do estudante.
Atualmente, 2,1 milhões de estudantes participam do programa.
Fonte: Agência Brasil
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