O rendimento médio, descontada a inflação, das empregadas domésticas
cresceu 4,6% em 2015, na comparação com 2014, mostra estudo da Fundação
Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade). Durante os 11 anos da
pesquisa, os salários das empregadas apresentam aumentos consecutivos.
Alexandre
Loloian, economista e coordenador da equipe de análise da Pesquisa de
Emprego e Desemprego, disse que a ausência de oferta, que pressionaria
os salários, influenciou esse resultado durante os últimos anos.
“As
jovens deixam de ter o trabalho doméstico como porta de entrada no
mercado de trabalho. Elas passaram a ter escolaridade mais alta, ensino
médio, superior, e não veem no emprego doméstico uma alternativa de
ocupação valorizada socialmente”, acrescentou.
O economista
lembrou que, apesar da crise econômica do ano passado, a categoria de
domésticas foi o único segmento a receber aumento de renda real. “Todos
os outros setores (serviços, indústria, comércio) perderam em termos de
poder real. Por exemplo, o rendimento médio por hora das empregadas
domésticas, que inclui mensalistas e diaristas, está em R$ 8. Mais que o
comércio, que tem rendimento médio de R$ 7,56”.
As mensalistas
com carteira assinada passaram de 40,9% em 2014 para 42,8% em 2015. “O
processo de formalização foi uma coisa meio geral no Brasil,
especialmente na região metropolitana de São Paulo. Tivemos uma queda
muito forte do assalariado sem carteira, dos autônomos. O crescimento da
economia fez com que muito mais gente tivesse acesso ao emprego
formal”, disse.
No caso das domésticas, sobretudo diaristas,
86,7% das que não têm carteira assinada não contribuem para a
Previdência Social. “Isso é um dado muito preocupante, que eu acho,
sinceramente, é por falta de informação”, disse. “Como microempreendedor
individual, as empregadas domésticas podem ter acesso aos direitos
previdenciários como auxílio-doença, auxílio-maternidade e
aposentadoria. Não envolve burocracia e elas pagam em torno de R$ 56,
que é razoável”, comentou.
Fonte: EBC
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