Os estímulos e o ambiente são fundamentais na primeira infância, mas, sozinhos, não vão longe. Outro fator básico no tripé do desenvolvimento é a alimentação. A preocupação com ela deve começar na gravidez. Para garantir uma dieta adequada, é indispensável conversar como obstetra e, após o nascimento, com o pediatra. Amamentação adequada e dieta saudável protegem contra infecções, além de fornecerem os nutrientes fundamentais para a formação do sistema nervoso. Confira abaixo como garantir uma nutrição equilibrada para o seu filho desde a gravidez.
NA GESTAÇÃO
A mulher precisa ingerir todos os nutrientes, comer de tudo, mas orientada pelo médico ou nutricionista para ganhar o peso adequado. “É esperado que engorde de oito a 12 quilos”, afirma o obstetra Domingos Mantelli, autor do livro Gestação – Mitos e Verdades Sob o Olhar do Obstetra (Ed. Segmento Farma). O médico também receitará suplementos, como o ácido fólico (que previne malformações no sistema nervoso), o ômega 3 (que favorece a formação cerebral) e a vitamina D3 (que age em todo o metabolismo).
PRIMEIROS SEIS MESES
A Organização Mundial da Saúde recomenda o aleitamento exclusivo até 6 meses e complementar até 2 anos. “O leite humano tem proteínas que colaboram com as conexões cerebrais”, afirma o neuropediatra Antonio Carlos de Farias, do Hospital Pequeno Príncipe (PR). A amamentação também assegura que o bebê receba anticorpos maternos, protegendo-o de infecções. Sem contar que o momento da mamada é perfeito para a construção de vínculo entre mãe e filho. Caso haja alguma intercorrência e a mulher seja impedida de amamentar, deve recorrer às fórmulas infantis, com uma composição que se assemelha à do leite materno. Mas essa nunca deve ser a primeira opção.
A PARTIR DO 6° MÊS
É quando tem início a alimentação sólida. A criança começa a provar as primeiras frutas e refeições salgadas nos intervalos da mamadas. “É importante estabelecer horários fixos para criar rotina. O alimento deve ser saboroso: vale amassar arroz e feijão, oferecer legumes e pedaços de carne ou frango para o bebê chupar”, ensina o pediatra e nutrólogo Ary Lopes Cardoso, do Instituto da Criança (SP). Também pode ser interessante tentar o método BLW(Baby-led Weaning), em que a criança pode comer sozinha os alimentos inteiros ou pedaços grandes.
A PARTIR DO PRIMEIRO ANO
A criança pode compartilhar as refeições com a família, desde que sejam saudáveis. “Evite produtos industrializados, como biscoitos e doces, e dê preferência a itens naturais, como leguminosas, cereais, verduras e proteínas”, diz a médica e nutróloga Jomara de Araujo, da Associação Brasileira de Nutrologia. As refeições devem acontecer a cada três horas, sem beliscar nos intervalos. Refrigerantes e sucos prontos, nem pensar. E nada de colocar açúcar, achocolatado ou farinha para engrossar o leite da criança.
O QUE DIZ A CIÊNCIA |
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* Uma pesquisa da Unicamp, com 280 pares de mães e bebês, analisou os principais fatores que interferem na velocidade de crescimento no primeiro ano de vida. Entre eles estão o baixo peso ao nascer, o sobrepeso gestacional da mãe, a anemia pré-natal materna e a anemia no bebê. Ou seja, problemas normalmente relacionados à alimentação, que poderiam ser resolvidos com o devido acompanhamento médico e uma dieta adequada, na maioria das vezes. * Na Universidade de Minnesota (EUA), uma revisão de estudos mostrou que os nutrientes ajudam a regular o desenvolvimento neurológico do bebê durante a gestação. A falta de ferro na dieta da futura mãe altera a síntese de neurotransmissores (substâncias que conduzem impulsos elétricos entre os neurônios) e afeta o funcionamento do hipocampo do bebê – uma importante área do cérebro em que se processa a memória. Já a falta de zinco compromete a regulação do sistema nervoso. |
Fonte: Crescer
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