Cerca de um terço de tudo o que o Brasil produziu em 2015 foi parar
nos cofres do governo. A carga tributária bruta encerrou o ano passado
em 32,71% do Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e serviços
produzidos no país). O número foi divulgado hoje (28) pelo secretário do
Tesouro Nacional, Otávio Ladeira, ao explicar o déficit primário
recorde no primeiro trimestre.
O valor definitivo da carga
tributária de 2015 é de responsabilidade da Receita Federal e só será
divulgado no último trimestre deste ano. O Tesouro Nacional, no entanto,
apresenta uma estimativa no fim de abril para orientar a execução do
orçamento federal.
Pelos números do Tesouro, a carga tributária
bruta aumentou 0,28 ponto percentual em 2015 na comparação com os 32,43%
do PIB registrados no fim de 2014. “A estimativa do Tesouro costuma ser
próxima dos números da Receita”, disse Ladeira. Segundo ele, um
aperfeiçoamento na metodologia permitiu ao Tesouro fazer a estimativa
cerca de 90 dias após o encerramento do ano.
Segundo o Tesouro, a
expansão da carga tributária no ano passado foi puxado pelos
municípios, que responderam por 0,12 ponto percentual do total do
crescimento. A carga tributária aumentou 0,09 ponto percentual nos
governos estaduais e 0,07 ponto percentual do PIB no caso da União.
Na
esfera federal, o Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF), o Fundo de
Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e as contribuições sociais do Regime
Próprio de Previdência dos Servidores Federais explicam o aumento da
arrecadação. Nos estados, a elevação se deve principalmente ao IRRF
(cuja arrecadação é compartilhada entre a União e os governos estaduais)
e o Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA). Nos
municípios, o reajuste de taxas puxou o aumento da carga tributária.
Fonte: Agência Brasil
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