quarta-feira, 22 de junho de 2016

Clientes da Oi terão os mesmos direitos durante recuperação judicial

Clientes da Oi terão os mesmos direitos ainda que a empresa entre em um processo de recuperação judicial. O pedido de reestruturação foi feito nessa segunda-feira na Justiça do Rio. De acordo com especialistas, além das obrigações da tele serem as mesmas durante o processo, o consumidor que se sentir lesado em seus direitos poderá procurar órgãos de proteção ao consumidor, assim como todas as medidas cabíveis.
De acordo com Rosa Rodrigues, advogada especialista em defesa do consumidor da Associação Brasileira de Defesa do Consumidor e Trabalhador (Abradecont), as ações na Justiça contra a Oi terão a execução suspensa por até 180 dias contados a partir do deferimento do processo. Ao fim desse prazo o trâmite voltará a correr normalmente. Já em caso de pedido de falência, o consumidor passa a engrossar a lista de credores da empresa.
— Os serviços prestados não devem ter qualquer prejuízo. Na prática, claro, podemos ser surpreendidos, mas a exigência da qualidade do serviço deve ser mantida e cobrada. Se a recuperação judicial não surtir efeito, tudo fica muito mais complicado, e para quem tem ação na Justiça pode ser que consiga o crédito ou não, vai depender dos resultados da recuperação e da posição na lista — explica.
O gerente técnico do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) Carlos Thadeu de Oliveria espera uma atitude mais pró-ativa da Anatel e acredita que fazer uma intervenção fiscal na Oi seria uma boa medida para ajudar na reestruturação da empresa e garantir a qualidade dos serviços.
— Estamos falando de uma empresa que afeta muitos milhões de usuários, a principal de telefonia fixa do país. Ela não pode ser tratrada como uma empresa privada, porque o serviço que ela presta não é de empresa privada. Portanto, é muito importante que a Anatel acompanhe de perto esse processo.
Geralmente, a intervenção, chamada de Direção Fiscal, é um acompanhamento presencial feito por um agente nomeado pela agência, que acompanha e apoia a solução dos problemas financeiros, sem que a administração da operadora perca seu poder de gestão. A ação pode durar até 365 dias, mas caso necessário, pode ser renovada outras vezes. Durante esse período, os serviços aos consumidores têm de ser prestados normalmente e os contratos devem ser integralmente mantidos, inclusive quanto à qualidade.
Fonte: O Globo

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