O Banco Central (BC) piorou a projeção para a inflação este ano. Na
estimativa do BC, a inflação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao
Consumidor Amplo (IPCA), deve ficar em 6,9%, este ano, ante 6,6%
previstos em março. A estimativa está no Relatório Trimestral de
Inflação, divulgado hoje (28), em Brasília.
A projeção estoura o teto da meta de inflação de 6,5% e fica longe do centro da meta, 4,5%, que deve ser perseguido pelo BC.
Segundo
o Banco Central, em 2017 a inflação deve recuar e encerrar o período em
4,7%, ante 4,9% previstos anteriormente. O limite superior da meta no
próximo ano é 6%, com centro em 4,5%. Em 12 meses acumulados até junho
de 2018, a projeção ficou em 4,2%.
Essas estimativas se referem
ao cenário de referência em que o BC levou em consideração informações
disponíveis até o último dia 17 para fazer os cálculos. Nesse cenário,
foram considerados o dólar a R$ 3,45 e a taxa básica de juros, a Selic,
atualmente em 14,25% ao ano.
Cenário de Mercado
O BC também divulga os dados do cenário de mercado, que faz
estimativas para a taxa de câmbio e a Selic. No cenário de mercado, a
previsão para a inflação neste ano é maior, deve ficar em 7%, ante a
estimativa de 6,9% divulgada em março. Em 2017, a projeção é 5,5%, ante
5,4% previstos anteriormente. Em 12 meses a acumulados até junho de
2018, a estimativa ficou em 5,5%.
É função do BC fazer com que a
inflação fique dentro da meta. Um dos instrumentos usados para
influenciar a atividade econômica e, consequentemente, a inflação, é a
taxa básica de juros, a Selic.
Quando o Comitê de Política
Monetária (Copom) do Banco Central aumenta a Selic, o objetivo é conter a
demanda aquecida, e isso gera reflexos nos preços, porque os juros mais
altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Já quando o Copom
reduz os juros básicos, a tendência é que o crédito fique mais barato,
com incentivo à produção e ao consumo, mas a medida alivia o controle
sobre a inflação.
O BC tem que encontrar equilíbrio ao tomar
decisões sobre a taxa básica de juros, de modo a fazer com que a
inflação fique dentro da meta estabelecida pelo Conselho Monetário
Nacional.
Preços administrados
A projeção
para a variação do conjunto dos preços administrados, em ambos os
cenários, este ano, é 6,7%, ante 6,1% considerados em março. De acordo
com o BC, entre outros fatores, essa projeção considera, para o
acumulado de 2016, reajuste médio de 12,1% nas tarifas de ônibus urbano e
redução de 4,7% nos preços da energia elétrica.
Para 2017, a projeção para os preços administrados ficou em 5,3%, ante 5% previstos no relatório divulgado em março.
Fonte: Agência Brasil
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