A satisfação dos consumidores residenciais com os serviços
prestados pelas distribuidoras de energia registrou seu pior índice dos
últimos 12 anos. Os dados divulgados nesta terça-feira, 21, pela
Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee)
apontam um índice de clientes satisfeitos ou muito satisfeitos na casa
de 74,4%, contra 77,3% do resultado registrado no ano passado. O índice
mais baixo antes do resultado desta terça foi registrado em 2004, quando
ficou em 74,2%.A pesquisa da Abradee, que foi realizada entre os
dias 13 de fevereiro a 18 de março deste ano, ouviu 26.575 mil
consumidores domésticos de 870 municípios de todo o País. O presidente
da Abradee, Nelson Leite, atribuiu boa parte desse resultado ao aumento
da tarifa na conta de luz nos últimos dois anos.
"Toda a percepção do consumidor recai sobre as distribuidoras. Somos o entregador de pizza nessa cadeia", disse Leite, ao apontar que a parcela de receita das distribuidoras não tiveram qualquer alteração nos últimos anos, apesar do aumento explosivo das contas de luz.
A percepção atual da qualidade dos serviços chega a ser pior que a de 2014, ano eleitoral em que o País vivia a ameaça do apagão, com crise hídrica no pico e acionamento das termelétricas, fonte mais suja e cara de energia. Nelson Leite ponderou, no entanto, que o governo segurou o preço da energia "na marra", por conta do calendário eleitoral. "Foi um ano de ilusão", disse Leite.
A pesquisa anual da associação, que é realizada pela empresa Innovare Pesquisa, apontava uma média, nos últimos anos, de 77% de consumidores satisfeitos ou muito satisfeitos com os serviços das distribuidoras. Nos últimos cinco anos, as avaliações na região Sudeste caíram de 76,9% para 73,1%. Nesse mesmo intervalo, houve queda no Sul (84,5% para 82,9%) e no Norte e Centro-oeste, com taxa que caíram 68,2% para 63,4%. Apenas no Nordeste houve uma perspectiva de melhora, subindo de 76,2% para 77,5%.
Nelson Leite disse que, com a regularização dos principais reservatórios de hidrelétricas do País, que deixa de pressionar a tarifa de conta de luz, há um viés de melhora na percepção da população em relação aos serviços prestados.
Falta de investimento
Nelson Leite criticou o modelo financeiro atual, que tem pressionado a capacidade de expansão e melhoria de qualidade das distribuidoras. De cada R$ 100 pagos na conta de luz, apenas R$ 14 ficam com as distribuidoras. Dessa parcela, R$ 8 são usados para cobrir as operações; sobram R$ 6 como lucro bruto. A maior parte da cobrança fica com compra de energia, custos de transmissão e encargos.
Há 15 anos, a fatia das distribuidoras nessa fatura de R$ 100 chegava a cerca de R$ 40. Em 2010, as empresas retinham R$ 24. "Precisa haver uma ampla discussão dessa questão do encargo, além de o peso da energia sobre a conta voltar ao normal", comentou Leite.
Por ano, as 63 distribuidoras de energia do País têm investido cerca de R$ 12 bilhões. Segundo a Abradee, esse recurso apoia, basicamente, o crescimento vegetativo. Projetos de expansão, como as redes inteligentes de distribuição, estão na gaveta, porque demandariam mais R$ 6 bilhões por ano em investimentos.
"Toda a percepção do consumidor recai sobre as distribuidoras. Somos o entregador de pizza nessa cadeia", disse Leite, ao apontar que a parcela de receita das distribuidoras não tiveram qualquer alteração nos últimos anos, apesar do aumento explosivo das contas de luz.
A percepção atual da qualidade dos serviços chega a ser pior que a de 2014, ano eleitoral em que o País vivia a ameaça do apagão, com crise hídrica no pico e acionamento das termelétricas, fonte mais suja e cara de energia. Nelson Leite ponderou, no entanto, que o governo segurou o preço da energia "na marra", por conta do calendário eleitoral. "Foi um ano de ilusão", disse Leite.
A pesquisa anual da associação, que é realizada pela empresa Innovare Pesquisa, apontava uma média, nos últimos anos, de 77% de consumidores satisfeitos ou muito satisfeitos com os serviços das distribuidoras. Nos últimos cinco anos, as avaliações na região Sudeste caíram de 76,9% para 73,1%. Nesse mesmo intervalo, houve queda no Sul (84,5% para 82,9%) e no Norte e Centro-oeste, com taxa que caíram 68,2% para 63,4%. Apenas no Nordeste houve uma perspectiva de melhora, subindo de 76,2% para 77,5%.
Nelson Leite disse que, com a regularização dos principais reservatórios de hidrelétricas do País, que deixa de pressionar a tarifa de conta de luz, há um viés de melhora na percepção da população em relação aos serviços prestados.
Falta de investimento
Nelson Leite criticou o modelo financeiro atual, que tem pressionado a capacidade de expansão e melhoria de qualidade das distribuidoras. De cada R$ 100 pagos na conta de luz, apenas R$ 14 ficam com as distribuidoras. Dessa parcela, R$ 8 são usados para cobrir as operações; sobram R$ 6 como lucro bruto. A maior parte da cobrança fica com compra de energia, custos de transmissão e encargos.
Há 15 anos, a fatia das distribuidoras nessa fatura de R$ 100 chegava a cerca de R$ 40. Em 2010, as empresas retinham R$ 24. "Precisa haver uma ampla discussão dessa questão do encargo, além de o peso da energia sobre a conta voltar ao normal", comentou Leite.
Por ano, as 63 distribuidoras de energia do País têm investido cerca de R$ 12 bilhões. Segundo a Abradee, esse recurso apoia, basicamente, o crescimento vegetativo. Projetos de expansão, como as redes inteligentes de distribuição, estão na gaveta, porque demandariam mais R$ 6 bilhões por ano em investimentos.
Fonte: R7
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