Aproveitando o dia 6 de junho, Dia Nacional de Luta contra Queimaduras, o iSaúde conversou com a médica dermatologista Dra. Clarissa Felix, para nos informar mais sobre esses riscos.
iSaúde
Bahia – Se estou me expondo ao sol para me bronzear, como posso
reconhecer que já sofri uma queimadura de primeiro grau? Somente quando
já sinto dor é que posso reconhecer já ter sofrido esse tipo de
queimadura?
Clarissa Felix – Antes
mesmo de sentir dor, a pessoa já pode ter sofrido uma queimadura de
primeiro grau devido à exposição solar. A vermelhidão e dor causadas por
esse tipo de queimadura só costumam ser evidentes cerca de três horas
depois da exposição e podem continuar piorando nas próximas 24 horas.
Prevenir continua sendo a melhor opção.
iSB – Para esse caso, a qual medida/tratamento devo recorrer?
Clarissa Felix – No
caso das queimaduras de primeiro grau, é recomendado que, imediatamente
após a queimadura, a área afetada seja posta em contato com água fria,
para reduzir a dor e o edema no local. Posteriormente, pode-se fazer uso
de cremes ou pomadas à base de corticosteroides, para conter o processo
inflamatório. Agentes tópicos com propriedades cicatrizantes e
analgésicas também podem ser usados.
iSB – O
protetor solar, para o caso de quem está em praia ou piscina, deve ser
reaplicado sempre depois de cada mergulho ou banho tomado? É necessário
aplicar o produto quanto tempo antes de se expor ao sol?
Clarissa Felix – Sim,
o protetor solar deve ser reaplicado a cada mergulho e a cada duas a
três horas. O contato com água e o suor faz esses produtos terem sua
eficácia reduzida significativamente. Eles devem ser aplicados
idealmente cerca de 20 a 30 minutos antes do início da exposição.
iSB – Quais males a constante exposição aos raios solares pode acarretar à pele, com o passar dos anos?
Clarissa Felix – Além
do câncer de pele, que é o câncer mais frequente e corresponde a 25% de
todos os tumores malignos registrados no país, segundo o INCA, com
incidência aumentando a cada ano, outras queixas muito frequentes no
consultório dermatológico podem ser atribuídas à exposição solar, como o
envelhecimento precoce da pele, as manchas e diversas outras
dermatoses.
iSB – Caso uma queimadura, já de
segundo grau, provoque bolhas no local queimado, é correto tentar drenar
qualquer líquido contido nessas bolhas ou estourá-las?
Clarissa Felix – Esse
procedimento deve ser evitado fora do consultório, pois pode provocar
infecções e acabar piorando as lesões. Quando tensas, as bolhas devem
ser esvaziadas cuidadosamente, com material estéril, por um profissional
de saúde capacitado, de forma que o teto seja preservado e funcione
como curativo biológico.
iSB – Café, manteiga, pasta de dente... colocar algum deles na queimadura possui alguma eficácia?
Clarissa Felix – Essas
substâncias não devem ser aplicadas nas queimaduras ou feridas. Além de
não serem eficazes, ainda podem causar infecções ou dermatites de
contato, levando à piora das lesões.
“Café, manteiga,
pasta de dente... Além de não serem eficazes, ainda podem causar
infecções ou dermatites de contato, levando à piora das lesões”.
iSB
– No caso de uma queimadura mais grave, de terceiro grau, deve-se
tentar retirar pedaços de roupa que estejam grudados na pele queimada?
Clarissa Felix – Não,
de jeito nenhum. No caso de uma queimadura de terceiro grau, o paciente
deve ser imediatamente encaminhado a uma unidade hospitalar para
internação e tratamento especializado. Um local de referência no nosso
Estado é o Hospital Geral do Estado (HGE).
Fonte: iBahia
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