segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Saiba quais os riscos da falta de Vitamina D


Atualmente existe uma epidemia mundial de deficiência de vitamina D (calciferol). Pesquisadores no mundo todo estudam os benefícios da vitamina para a saúde. Pesquisas brasileiras mostram que mesmo em países tropicais como o Brasil, a hipovitaminose D é prevalente. Um estudo realizado pelos pesquisadores Silva, B.C.C, Camargos, B.M. e colaboradores, publicado em 2008 na revista Arq Bras Endocrinol Metab, avaliou 180 pacientes atendidos em ambulatório de endocrinologia em Belo Horizonte e os pacientes tiveram os níveis de 25(OH) VD mensurados. Os autores encontraram a prevalência de insuficiência de vitamina D na população estudada = 42.4%, o que serviu para um alerta sobre a importância de políticas de prevenção. Como a síntese de vitamina D é dependente da exposição solar, países mais frios e com período de verão mais curto apresentam maior prevalência de deficiência, comparados com países tropicais.

Quais as principais funções da vitamina D?
-  A participação no metabolismo do cálcio. A forma ativa da vitamina D, 1.25(OH)₂D estimula a transcrição gênica dos receptores de ligação do mineral cálcio, contribuindo com a saúde óssea, aumentando a densidade óssea.
-  Estimula o sistema imune, participa na diferenciação de células precursoras de monócitos e linfócitos.
-   Ação anticancerígena (modulação de proliferação celular)
-  Tem influência na secreção de insulina, melhora a função das células ß (beta) e a tolerância à glicose, favorecendo o controle glicêmico de pacientes que apresentam diabetes.
-  Exerce influência na função muscular (aumento da força e redução de dores).
-  Atua na síntese e secreção de hormônios da tireoide.
Quais os fatores de risco para a deficiência de vitamina D?
- Pouca exposição à luz solar (UVB), confinamento em locais onde não há exposição à luz UVB
- Deficiência alimentar
- Envelhecimento (idosos apresentam menor eficiência na síntese cutânea)
- Doenças que alteram o metabolismo da vitamina D (fibrose cística, doenças do trato gastrointestinal, síndrome de má absorção, hematológicas, renais, insuficiência cardíaca, imobilização)
- Países de pouca insolação (alta latitude)
- Pouca penetração da luz UVB durante o inverno na atmosfera
- Uso de bloqueadores solares
E as consequências dessa deficiência para o organismo?
Crianças: O raquitismo é uma doença comum na infância e é caracterizada por uma deposição insuficiente de fosfato de cálcio na matriz óssea, deixando os ossos fracos
Adultos: A deficiência de vitamina D pode resultar em osteomalácia, osteoporose e contribuir para o desenvolvimento de alguns tipos de câncer (mama, cólon, próstata, pâncreas), depressão, infecções, problemas respiratórios
Quais as fontes alimentares de vitamina D?
Manteiga, queijos gordurosos, nata, gema de ovo, fígado, óleo de fígado de peixes. Vale lembrar que a vitamina D não está presente em quantidades suficientes em muitos alimentos. Dependendo da estação do ano, as concentrações de vitamina D nesses alimentos acima podem ser alteradas, sendo menores no inverno.
A fortificação de alimentos com vitamina D pode ser uma solução para as populações com risco de deficiência, como crianças e idosos. É importante o cuidado para que a ingestão de alimentos não ultrapasse os limites fixados de vitamina D.
Qual a dosagem necessária de vitamina D ?
A dosagem da vitamina sofrerá variação conforme a idade, o estado fisiológico (gestantes, lactantes) e status nutricional. Assim, torna-se necessária uma avaliação bioquímica associada ao estilo de vida  para determinar a necessidade da suplementação e dosagem correta.
Qual a melhor suplementação nutricional?
Sugere-se que a suplementação seja necessária para se evitar a deficiência da vitamina D. No entanto, a quantidade, forma de suplementar deverá ser fornecida após consulta com o seu médico e/ou nutricionista, objetivando manter os níveis sanguíneos adequados.
E o tratamento da hipovitaminose D?
É realizado através da reposição oral de vitamina D, o que o torna fácil e barato. No entanto, a quantidade, forma de suplementar deverá ser fornecida após consulta com o seu médico e ou nutricionista, objetivando manter os níveis sanguíneos adequados. No Brasil, a exposição solar ocorre praticamente durante todo o ano, entretanto, com o aumento da incidência de câncer de pele, os médicos dermatologistas têm recomendado a utilização de protetores solares com fatores de proteção muito altos, que podem limitar a biodisponibilidade da vitamina D. Por esse motivo, é recomendável a avaliação de um médico dermatologista quanto às orientações de exposição solar (melhores horários, uso de protetor solar)
O consumo excessivo pode ser tóxico?
A vitamina D pode ser tóxica. Ingestões excessivas resultam em hipercalcemia, levando a depósitos do mineral cálcio nos rins, artérias, coração e pulmões. Por essa razão a suplementação deve ser cautelosa e com acompanhamento.
Referências: Suplementação Funcional Magistral (dos nutrientes aos Compostos Bioativos). VP editora, 2009. Biodisponibilidade de Nutrientes. COZZOLINO, S. Ed Manole, 2012. SILVA, B.C.C, CAMARGOS, B.M. e colaboradores. Revista Arq Bras Endocrinol Metab, 2008; 52/3: 482-488. PREMAOR, M.O., FURTANETTO, T.W.  Hipovitaminose D em adultos: Entendendo Melhor a Apresentação de Uma Velha Doença. Arq Bras Endocrinol Metab 2006; 50/1:25-37.
Fonte: Veja Online

Nenhum comentário:

Postar um comentário