A proporção de domicílios brasileiros com acesso à internet sem
computador, ou seja, por dispositivos móveis, passou de 7%, em 2014,
para 14% em 2016. A banda larga fixa é o tipo de conexão utilizada por
23 milhões das residências do país. Já a internet móvel é a principal
forma de conexão em 9,3 milhões de residências, principalmente nas
classes D/E, na região Norte e nas áreas rurais.
Os dados são da
pesquisa TIC Domicílios 2016, divulgada pelo Comitê Gestor da Internet
no Brasil (CGI.br), por meio do Centro Regional de Estudos para o
Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br) do Núcleo de
Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br).
"Os resultados
indicam maior presença dos acessos móveis nos domicílios brasileiros,
que ocorrem principalmente por meio do uso de telefones celulares. O
crescimento da banda larga móvel, contudo, ocorre com maior intensidade
entre os domicílios das classes sociais menos favorecidas e em regiões
que tradicionalmente apresentam conectividade mais restrita, como é o
caso da região Norte e das áreas rurais", disse o gerente do Cetic.br,
Alexandre Barbosa.
Conexões
Os dados
apontam também que 54% das residências brasileiras estão conectadas à
internet (36,7 milhões), o que representa um aumento de 3 pontos
percentuais (p.p.) na comparação com 2015. A pesquisa mostra que o
acesso à rede está mais presente em domicílios de áreas urbanas (59%) e
nas classes A (98%) e B (91%). As residências das classes D/E conectadas
à internet são 23%, enquanto aquelas em áreas rurais chegam a 26%.
Na
TIC Domicílios 2016 é possível notar que em 18% das residências
conectadas, a internet também é utilizada pelo domicílio vizinho,
prática mais comum em casas localizados em áreas rurais (30%) e na
região Nordeste (28%). Entre os principais motivos para não ter
internet, 26% afirmaram que a conexão é cara e 18% destacaram falta de
interesse.
A pesquisa aponta que o uso da internet por pessoas
com 10 anos ou mais passou de 58%, em 2015, para 61%, em 2016. No total,
o Brasil conta com 107,9 milhões de usuários de Internet. Em 2016, 93%
deles utilizaram o celular para navegar, um aumento de 4 p.p. em relação
ao ano anterior. No sentido contrário foi registrada queda no
percentual de usuários que acessam a rede por meio de computador, que
eram 80% em 2014 e são 57% em 2016.
Segundo o levantamento, o
próprio domicílio continua sendo o principal local de acesso à internet
para 92% dos brasileiros e a proporção de usuários que acessam da casa
de outra pessoa (amigo, vizinho ou familiar) é de 60%.
Entre os
usuários de internet pelo telefone celular, o Wi-Fi se mantém como o
tipo de conexão mais mencionado por 86% dos usuários. Outros 70%
utilizam a rede 3G ou 4G. Um em cada quatro usuários, o que equivale a
25%, disse ter se conectado exclusivamente por meio de Wi-Fi, hábito que
é mais comum entre os de 10 a 15 anos (42%). Outros 11% acessam apenas
por redes 3G ou 4G, proporção que é maior entre os de classes D/E (18%).
Usos
As
atividades realizadas na rede mais mencionadas foram o envio de
mensagens instantâneas (89%) e uso de redes sociais (78%), número
estável na comparação com a pesquisa anterior. Em 2016, observou-se que
17% dos usuários usam a internet para divulgar ou vender produtos ou
serviços, enquanto essa proporção era de apenas 7% em 2012. Outro dado
mostra que enquanto 70% dos usuários de internet de áreas urbanas
assistem a vídeos, programas, filmes ou séries on-line, essa proporção é
de 56% nas áreas rurais. Ouvir música on-line é uma atividade de por
64% dos usuários de áreas urbanas e 53% de áreas rurais.
"O
indicador revela a existência de desigualdades também quanto ao tipo de
atividade realizada pelos usuários a depender de condições de
infraestrutura, sobretudo, quando se trata de aplicações que requerem
velocidades de banda mais alta, como é o caso de streaming de vídeo.
Esse é mais um ponto importante para garantir uma plena inclusão
digital", afirmou Barbosa.
A pesquisa foi feita por meio de
entrevistas em mais de 23 mil domicílios em todo o país, entre novembro
de 2016 e junho de 2017.
Fonte: EBC
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