quarta-feira, 20 de abril de 2016

Saiba os principais cuidados que uma gestante deve ter com a saúde bucal

A odontopediatra Dra. Anna Paula Greck alerta sobre os cuidados e tratamentos adequados para gestantes.

"A gestante precisa saber que a sua saúde geral e bucal interfere diretamente na do seu bebê e que os dentes de leite e alguns dentes permanentes iniciam sua formação ainda intraútero".
O termo odontologia intrauterina não é exagero. A odontologia nessa fase da vida da gestante trata de informar à futura mãe sobre cuidados simples, porém valiosos em saúde geral e bucal da mulher e do bebê que ela está gerando. A gestante precisa saber que a sua saúde geral e bucal interfere diretamente na do seu bebê e que os dentes de leite e alguns dentes permanentes iniciam sua formação ainda intraútero. A saúde oral da gestante influencia diretamente na sua gestação. Problemas mais sérios nas gengivas podem concorrer para bebês prematuros e de baixo peso ao nascer.
Existem muitos mitos e crenças com relação ao tratamento bucal da gestante. O atendimento odontológico, quando necessário, deve ser realizado em qualquer período da gravidez, o importante é não deixar focos infecciosos ou sépticos e reabilitar elementos dentários comprometidos para uma gestação mais saudável. O segundo trimestre gestacional é, sem dúvidas, o mais indicado para o atendimento odontológico, pois é um período de maior estabilidade, tanto para a gestante quanto para o feto. Lembramos apenas que o bebê começa a crescer mais nesse momento e, consequentemente, a barriga toma proporções maiores e, assim, a posição deitada para atendimento pode tornar-se incômoda e as sessões precisam ser breves. Com a barriga crescida e pesada poderá haver compressão da veia cava inferior, gerando desconforto se a cadeira estiver muito inclinada.
A gestante experimenta expressivas alterações fisiológicas e psicológicas, algumas delas podendo interferir no tempo de ação e no efeito dos medicamentos. O cirurgião-dentista que decide atender gestantes precisa ter alguns conhecimentos e cuidados específicos, estar seguro e transmitir confiança à paciente grávida.

A frequência cardíaca e a respiratória estarão aumentadas e, assim, há o aumento do consumo de oxigênio, porém ocorre queda do volume respiratório de 15 a 20%, a gestante respira mais lentamente e até com alguma dificuldade às vezes. O volume sanguíneo também é acrescido de 1.500ml, quando normalmente é de 4.000 a 4.500ml nas mulheres não gestantes, o que pode estabelecer um quadro de anemia fisiológica, acompanhada de taquicardia. Grandes alterações hormonais e metabólicas acontecem, a hipoglicemia, por exemplo, pode ser frequente. Psicologicamente a gestante está mais emotiva, mais tensa e preocupada com a saúde do bebê, inclusive em relação ao tratamento dentário. 
As alterações bucais são comuns, com o possível aumento da vascularização sanguínea periférica dos tecidos bucais, as gengivites (inflamação das gengivas) podem ocorrer na forma de edema e inchaço, mudança de coloração e textura das gengivas que podem apresentar sangramento fácil ao escovar ou mesmo mastigar e cor mais vermelha escura, lisa e brilhante, perdendo o aspecto saudável de gengiva firme, aderida e rósea clara. 
As gengivites também são explicadas pela maior negligência com a higiene bucal, uma vez que, durante a gestação, a mulher está muito voltada para o bebê e a escovação muitas vezes é esquecida ou feita rapidamente. Soma-se a isso o fato de as grávidas serem informadas dos benefícios da alimentação fracionada (de duas em duas horas), o que faz com que o pH da saliva se torne-se mais ácido, por essa alta frequência alimentar, agredindo gengivas e causando a desmineralização do esmalte dentário. 



Fonte: iBahia

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