segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Gatos causam prejuízo de R$ 7 bi e encarecem conta de luz

13% da energia consumida não é faturada. Amazonas é campeão em ligação clandestina
A perda de energia elétrica com ligações clandestinas, os famosos "gatos", chega a quase R$ 7 bilhões ao ano no país, encarecendo as tarifas para todos os brasileiros. Em média, 13% da energia consumida não é faturada, segundo a Aneel (gência Nacional de Energia Elétrica). A situação mais alarmante é na Região Norte. 
O Estado recordista em "gatos" é o Amazonas, segundo levantamento da Abradee (Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica), com base nos números de 2010. A perda de energia chega a 30%. Na vice-liderança está o Piauí, que não fatura 21,9% do que é gerado, seguido por Alagoas (19,4%) e Rondônia (19,1%). O Rio de Janeiro aparece em sétimo lugar. 
Mesmo com o aumento dos investimentos e da fiscalização pelas distribuidoras, o presidente da Abradee, Nelson Fonseca Leite, explicou que a redução das perdas é gradual e, portanto, os resultados devem aparecer apenas no longo prazo.
- Ninguém vai mudar a cultura de combate às fraudes e furtos de um ano para outro.
Ele acrescenta que o retrato de 2011 não será muito diferente do que o revelado em 2010. 
Por utilizar metodologia diferente, a média de perda por furto ou fraude calculada pela Abradee é de 5,1% de toda a energia colocada no sistema - 503.858 gigawatts-hora (GWh) - ante os 13% calculados pela Aneel. Mas, independentemente das diferenças no método de cálculo, Leite frisa que o prejuízo com os "gatos" são elevados.
- Todos poderíamos pagar uma tarifa menor se não tivéssemos um nível tão alto de perdas no Brasil. 
O entendimento da Aneel não é diferente. Em novembro, quando a agência discutiu a questão, o diretor Edvaldo Santana ressaltou que a energia consumida sem ser faturada - por furto ou fraude - é um dos "pontos fracos" para o desempenho do setor elétrico. Na avaliação dele, é "intolerável" que o nível médio de perda esteja em torno de 13%, com mais de 60% no Norte.
- É como se as duas usinas do Rio Madeira (Santo Antônio e Jirau) fossem construídas apenas para suprir perdas.  

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