quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

“Superpopulação x superconsumo”

                                                                           Alcançamos os sete bilhões de habitantes! 
Esta é uma das notícias que mais foi divulgada no ano de 2011 pela Organização das Nações Unidas (ONU). E está ficando cada vez mais difícil dar conta de todas as necessidades desse contingente populacional – que precisa de água potável, comida, abrigo, remédios e educação.
Em algumas partes do mundo, essas mesmas pessoas irão querer carros, computadores, celulares, televisores, dentre tantos outros produtos de alta tecnologia, ou até mesmo consumir 2 litros de leite e 1 kg de carne por dia.
A intenção não é discutir o racionamento de produtos, mas, refletir sobre os padrões de consumo adotados pela sociedade e sobre a capacidade do Planeta sustentar essa produção. Será que se todas as crianças do mundo nascessem com os mesmos padrões de vida dos EUA, a Terra iria suportar?
Cientificamente falando, a resposta é não. Por exemplo, segundo um estudo de 2009, uma criança nascida hoje nos Estados Unidos terá padrões de consumo sete vezes maior do que outra nascida no mesmo dia na China, ou 55 vezes maior do que um indiano e até 86 vezes maior que um nigeriano.
Quando a população estabilizar em 9 bilhões (ou talvez 10) por volta de 2050, um total de 2,8 planetas Terra serão necessários se tudo continuar igual.
Atualmente, mais de um terço da população vive com menos de US$ 2 por dia, enquanto 1% das pessoas possui 43% da riqueza mundial. Centenas de milhões de pessoas não têm acesso a comida e água suficientes para passar o dia, enquanto de acordo com a Forbes este ano viu um recorde de 1,210 bilionários, que justos somam uma fortuna de US$ 4,5 trilhões.
Mas, será justo que essa desigualdade de consumo com degradação social e ambiental continue desconsiderando necessidades básicas de pessoas e países pobres para gerar aparatos tecnológicos de última geração e gigantescos padrões de consumo a “minúsculas minorias”?
Acrescenta-se ainda a invasão desse modelo de desenvolvimento aos países emergentes, onde minorias “nadam em fortunas” e em consumos descontrolados.
E o que é ser desenvolvido afinal? É oferecer alta tecnologia a uma parcela da população, alavancando o crescimento econômico sem oferecer qualidade de vida, ou promover o equilíbrio social e de consumo para a sua totalidade, respeitando as diferenças e priorizando as necessidades básicas?
E, além disso, não podemos nos esquecer de que processos produtivos emitem poluição – que se dispersa por longas regiões. Será que a poluição ocorre unicamente nos países que consomem os produtos finais ou nos que fornecem matéria-prima também?
São questões que permeiam não apenas a superpopulação mundial, mas também a distribuição e a utilização de recursos naturais para abastecê-la e a pressão existente sobre as demais espécies e ecossistemas da Terra.

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