sábado, 11 de fevereiro de 2012

Pilha Pirata Causa Prejuízo Econômico, Ambiental e para a Saúde do Consumidor.

O Inmetro avaliou a qualidade de 15 marcas das pilhas mais procuradas do mercado em sete estados brasileiros. Foram testadas 11 (onze) diferentes marcas de pilhas Alcalinas, recomendadas para descargas de energia rápidas e intensas, como em máquinas fotográficas, lanternas e brinquedos que se movem, como carrinhos; 04 (quatro) marcas de pilhas do tipo comum, ideal pra equipamentos que usam pouca energia, como relógios, controles remotos e brinquedos que têm luzinhas, por exemplo; e 04 (quatro) “marcas” de pilhas irregulares e/ou piratas – comumente encontradas em barracas de camelôs – que foram cedidas pelo Fórum Nacional de Combate à Pirataria e Ilegalidade – FNCP.
Foram realizados 3 tipos de ensaio: Tensão máxima de circuito aberto; Duração mínima/descarga e Ensaios químicos.
No teste que avalia a intensidade de energia das pilhas, nenhuma marca foi reprovada. Foi  avaliação da durabilidade do produto, pois cada tipo de pilha tem um tempo mínimo de duração estipulado pelas normas técnicas do produto. Em geral, uma pilha pequena alcalina nova tem que durar no mínimo 11 horas. Já a pilha comum, do mesmo tamanho, não pode durar menos do que quatro horas.  Foram reprovadas as marcas: Goal, Livcat, MD Midi e Sound Sonic, todas irregulares no Brasil. Vale destacar que as pilhas Livcat e Sound Sonic duraram metade do tempo mínimo obrigatório. O que significa que o barato sai caro, ou seja, o consumidor que optou por essa pilha pirata vai ser obrigado a trocá-la com mais frequência.
Já no ensaio químico, apenas uma das marcas regulares apresentou Não Conformidade em relação à substância Cádmio, a Alfacell que teve o dobro da quantidade considerada segura de cádmio.  No que se refere às pilhas piratas os resultados são preocupantes, pois essas apresentaram Não Conformidades quanto ao chumbo, ao cádmio e ao mercúrio, demonstrando que são inseguras tanto para os usuários quanto para o meio ambiente.” Esses metais são extremamente tóxicos para saúde humana, sendo neurodegenerativos”,  explica a química Alexandra Schu, em entrevista ao programa Fantástico. Ou seja: podem fazer muito mal ao cérebro. “Além de atacar certos órgãos como rins, pulmões e intestino”, completa.
Os resultados encontrados na análise demonstram que a tendência do mercado de pilhas (regulares)   alcalinas e zinco-manganês originais é a de Conformidade em relação à regulamentação    vigente, já que apenas 1 (uma) das 15 (quinze) marcas analisadas apresentou Não  Conformidade. Isso significa que, de uma maneira geral, o consumidor pode utilizar     esse     produto em seus eletroeletrônicos com tranquilidade e que os mesmos duram bem     mais do que o mínimo em horas estabelecido pela norma e que não liberam metais pesados no  meio ambiente.
Inversamente, as pilhas irregulares e/ou  piratas todas apresentaram Não Conformidades. Os resultados demonstraram, que elas são     prejudiciais ao meio ambiente e aos consumidores, na medida em que são construídas     com um excesso de metais pesados, além de representarem um crime ambiental.
É importante destacar que o IBAMA reforça a importância da ampla divulgação dos resultados dessa análise em diversos meios de comunicação, a fim de contribuir para o conhecimento do prejuízo econômico, ambiental e à saúde a qual o consumidor está sujeito ao adquirir produtos de procedência duvidosa ou comprovadamente irregulares e/ou piratas.
O Instituto também  destaca  os aspectos ligados ao ciclo de vida e descarte desses produtos, uma vez que nenhum tipo de pilha deve ser descartado no lixo comum. Nem mesmo as aprovadas neste teste.
“Além de prejudicar o meio ambiente, elas entram na cadeia alimentar entrando em contato diretamente conosco. Por isso a importância de um descarte correto dessas pilhas”, explica Alexandra, em entrevista ao Fantástico.
Dessa forma, para fazer o descarte correto procure no seu bairro o ponto mais próximo de coleta de pilhas e baterias. O diretor da Qualidade do Inmetro, Alfredo Lobo, explica que:
“Os supermercados ou qualquer outro estabelecimento que venda pilha é obrigado a recolher as pilhas da marca que ele trabalha. Essas pilhas depois são encaminhadas depois aos fabricantes, aos importadores, que por sua vez, as encaminham para as recicladoras”.
O Inmetro encaminhará os resultados dessa análise ao IBAMA, a fim de subsidiar as     discussões acerca da revisão da Regulamentação, bem como para a Associação Brasileira da Indústria Eletroeletrônica – ABINEE, Associação representativa do setor e para o Fórum Nacional Contra a Pirataria e a Ilegalidade – FNCP, para conhecimento.  Paralelamente, o Inmetro estudará junto ao Ministério do Meio Ambiente – MMA a conveniência de se passar a exigir a certificação das pilhas comercializadas no Brasil, como forma de evidenciar as que atendem à regulamentação do Conama, dificultar a colocação de pilhas piratas no mercado nacional e facilitar a fiscalização do cumprimento do regulamento.

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