Para identificar a habilidade financeira dos consumidores inadimplentes, o SPC criou algumas simulações de compras e as apresentou aos participante
O Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) realizaram um estudo sobre o nível de conhecimento dos orçamentos de consumidores inadimplentes e o uso do mesmo. Segundo alguns dados finais do levantamento, 47% dos entrevistados relataram saber pouco ou nada sobre a sua renda disponível para o próximo mês. Além disso, 53% dos entrevistados disseram que não sabem ao certo quais despesas terão de cortar para reequilibrar o orçamento pessoal. A inadimplência é recorrente entre 33% dos consumidores avaliados.
Outros 42% admitiram saber pouco ou nada sobre o valor de suas contas básicas do mês seguinte. A taxa aumenta para 49% entre os não escolarizados.
Dos consumidores inadimplentes, 46% relataram desconhecer o valor total das compras feitas recentemente em seus cartões de crédito. 47% dos entrevistados relataram não saber ao certo que produtos e serviços foram adquiridos no cartão de crédito e 48% admitiram ter pouco ou nenhum conhecimento sobre o número de parcelas.
"O desconhecimento em relação aos gastos com o cartão de crédito é preocupante porque essa modalidade de crédito costuma oferecer taxas de juros elevados, com média acima de 400% ao ano, e pode representar um grave risco para as finanças do consumidor", explica a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti.
Para identificar a habilidade financeira dos consumidores inadimplentes, o SPC criou algumas simulações de compras e as apresentou aos participantes. A conclusão foi que muitos consumidores apresentam dificuldades em contas simples, o que torna difícil perceber vantagem em uma determinada oferta.
Em uma das simulações, por exemplo, quase metade dos participantes (41%) não identificaram vantagem no desconto de 15% sobre um produto no valor de R$ 100. Entre as alternativas, muitos deles preferiram parcelar o produto em 3 parcelas de R$ 33.
"Muitos consumidores enxergam as promoções como uma oportunidade que não pode ser desperdiçada e acabam deixando de lado as contas para descobrir se ela realmente é vantajosa. Além disto, ao invés de refletirem sobre a real necessidade de adquirir um produto, são movidos pelo apelo de marketing em torno das promoções, e por isso acabam se comportando de maneira impulsiva e muitas vezes, até se arrependendo da compra pouco depois. O ato de comprar pode provocar sensação de bem estar, euforia e até relaxamento, o que acaba induzindo os consumidores a agir por impulso e comprar sem necessidade diante de promoções", afirma o educador financeiro José Vignoli.
Ao todo, 600 consumidores de ambos os gêneros e de todas as classes econômicas e acima de 18 anos nas 27 capitais foram entrevistados. A margem de erro é de no máximo 4,0 pontos percentuais com uma margem de confiança de 95%.
Fonte: Administradores
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