Em um dia de turbulência nos mercados internacionais, a Bolsa de
Valores de São Paulo (Bovespa) caiu 3%, e o dólar passou de R$ 3,30,
fechando no maior nível em dois meses. O dólar comercial encerrou esta
terça-feira (13) vendido a R$ 3,317, com alta de R$ 0,068 (2,09%). O
Ibovespa, índice da Bolsa de São Paulo, caiu 3,01%, fechando aos 56.821
pontos, o menor valor em 40 dias.
O dólar está no maior valor
desde 7 de julho, quando tinha fechado em R$ 3,366. A moeda
norte-americana operou em alta durante toda a sessão, chegando a ser
vendida a R$ 3,327 na máxima do dia, por volta das 16h. A divisa subiu
2,7% em setembro, mas acumula queda de 16% no ano. Como ocorre desde o
início de julho, o Banco Central comprou US$ 500 milhões no mercado
futuro.
No mercado de ações, o Ibovespa fechou no menor nível
desde 2 de agosto, puxado pelas ações da mineradora Vale e da Petrobras,
que recuaram cerca de 7% cada uma. Os papéis ordinários (com direito a
voto em assembleia de acionistas) da petroleira despencaram 7,61%, para
R$ 14,81. As ações preferenciais (com prioridade na distribuição de
dividendos) caíram 6,74%, para R$ 13,01.
O dia foi marcado por
tensões no mercado financeiro global, após a Agência Internacional de
Energia apontar redução do crescimento da demanda mundial de petróleo e
aumento dos estoques de barris nos Estados Unidos. A redução das
estimativas fez cair o preço do petróleo e de outras commodities (bens primários com cotação internacional) em todo o planeta.
A
redução do preço de bens agrícolas e minerais prejudica países
exportadores desses tipos de produto, como o Brasil. Com menos dólares
de exportações de commodities entrando no país, a cotação da moeda norte-americana tende a subir.
Além da queda na cotação das commodities,
os mercados foram influenciados pela expectativa de que o Federal
Reserve (Fed), Banco Central norte-americano, aumente os juros da maior
economia do planeta. Taxas mais altas nos países desenvolvidos estimulam
os investidores estrangeiros a retirar recursos de países emergentes,
como o Brasil, também pressionando para cima a cotação do dólar.
Fonte: EBC
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