A Agência Americana de Alimentos e Medicamentos - FDA (Food and Drug
Administration) - proibiu a utilização de 19 ingredientes químicos nos
sabonetes antibacterianos comercializados nos Estados Unidos.
De
acordo com o órgão, essas substâncias – entre as quais estão o
o triclosan, comum em sabonetes líquidos, e o triclocarban, presente na
maior parte dos sabonetes em barra -, além de não terem se mostrado mais
efetivas que os tradicionais, podem trazer danos para a saúde.
“Os
consumidores podem pensar que os sabonetes antibacterianos são mais
efetivos para evitar os germes, mas não existe evidência científica de
que sejam melhores que água e sabão comum. Alguns dados, ainda por cima,
sugerem que os ingredientes antibacterianos podem fazer mais mal do que
bem em longo prazo.”, disse Janet Woodcok, diretora da divisão de
drogas da FDA.
Segundo Theresa Michele, que trabalha na área de
cuidados pessoais da FDA, 40% dos produtos não médicos que estão no
mercado contêm ao menos um dos ingredientes agora proibidos.
Os
fabricantes têm um ano para cumprir as novas regras e, inclusive, alguns
já começaram a retirar de seus produtos os ingredientes em questão. A
proibição não inclui gel antisséptico, lenço umedecido nem produtos
antibacterianos utilizados em hospitais e centros de saúde.
Evidências de segurança
Em
2013 a agência havia pedido que os fabricantes enviassem evidências
comprovando a segurança e a efetividade desses ingredientes. Entretanto,
a FDA disse que o material recebido não foi satisfatório em relação a
19 componentes presentes nesses produtos. Outros três compostos
– cloreto de benzalcônio, cloreto de benzetônio e cloroxilenol – ainda
estão sob análise da agência e, por enquanto, não foram proibidos.
Discordâncias
O
Instituto Americano de Limpeza (ACI, na sigla em inglês), que
representa os fabricantes, afirma que estes sabonetes são seguros. “Os
sabonetes antibacterianos são chave para a saúde devido à importância
das mãos limpas na prevenção de infecções. Lavar as mãos com sabonetes
antissépticos pode ajudar a reduzir o risco de infecção, mais que a
lavagem com água e sabonete não antibacteriano.”, disse o ACI em um
comunicado.
Por outro lado, o Grupo de Trabalho Ambiental,
aplaudiu o anúncio da proibição. “Esta decisão da FDA é uma importante
vitória para a saúde humana e o meio ambiente”, disse Ken Cook,
cofundador e presidente deste grupo, que defendia há uma década esta
proibição.
O que a Anvisa diz
A Anvisa informou, em
comunicado ao portal da Veja, que no Brasil existem 215 produtos
notificados como sabonetes antissépticos que contém o Triclosan e 110
com Triclocarban. Ainda segundo a agência, o Triclosan tem seu uso
previsto para qualquer produto de higiene pessoal, cosmético ou perfume
com a função de conservante numa concentração máxima de 0,3%. O
componente também pode ser utilizado com outras funções ou concentrações
desde que sua segurança e eficácia sejam cientificamente comprovadas.
A
Anvisa ressaltou que “tomou conhecimento dos recentes dados
relacionados aos riscos decorrentes do uso destas substâncias em
cosméticos e está estudando a necessidade de revisão da regulamentação”.
Fonte: Veja
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