quinta-feira, 17 de julho de 2014

Aumentos dos preços é sentido por 69% das pessoas, diz estudo da Fiesp


Mais da metade da população sente que a inflação cresceu bastante nos últimos meses. Segundo estudo da Fiesp e Ciesp (Federação e Centro das Indústrias do Estado de São Paulo), divulgado nesta quarta-feira (16), 69% da população acredita que houve grandes aumentos de preços nos últimos seis meses.

Para o diretor titular do Depecon, Paulo Francini, além da “percepção ampla da presença da inflação” revelada no levantamento, chama a atenção o fato de que essa análise é parecida entre as diferentes faixas de renda, grau de instrução e faixas etárias.
A percepção de grandes aumentos de preços é apontada por 67% das pessoas ouvidas pelo estudo que se encontram na classe AB, com 67% compartilhando da mesma opinião na classe C e 70% na classe DE.
Já segundo o critério do grau de instrução, 72% dos analfabetos ou com primário incompleto ou completo dizem sentir a inflação, com 68% pensando da mesma forma entre os que têm ginásio incompleto ou completo, 69% com colegial incompleto ou completo e 63% com curso superior incompleto, completo ou mais.
Na sondagem por faixa etária, a inflação está alta para 66% das pessoas com idades entre 16 e 24 anos, para 72% daquelas entre 25 e 34 anos, 69% entre 35 e 44 anos, 70% entre 45 e 59 e 65% para quem tem 60 anos ou mais.
Entretanto, ainda conforme o diretor titular do Depecon, a inflação “de cada um é diferente e depende de quanto e como cada um gasta o próprio orçamento”.
— Para os brasileiros com renda menor, a inflação de itens como alimentação pode se fazer sentir mais, enquanto os gastos com serviços podem pesar mais entre aqueles com renda maior.
A taxa de inflação aplicada ao setor de serviços está em torno de 9,5% ao ano, com 6,5% para o índice geral.
Maiores variações
O aumento dos preços no item alimentação e bebidas foi citado por 90% dos entrevistados, seguido por habitação (44%) e alimentação fora do domicílio (30%).
Segundo o estudo, os reajustes no salário não são suficientes para equilibrar as contas em casa. Assim, a maioria dos entrevistados, 87% do total, declarou que o salário “não tem compensado o aumento de preços”.
Política econômica
A política econômica do governo é indicada como responsável pela elevação dos preços na opinião de 73% dos respondentes. Já para 10%, a responsável é a crise econômica internacional. Em seguida, aparecem as empresas (para 7%) e os próprios consumidores (3%). Os demais 9% ouvidos não sabem ou não responderam.
Perguntados a respeito de soluções para conter a inflação, os entrevistados citaram pontos como o controle dos gastos públicos (opinião de 38% do total), o congelamento de preços (para 37%), o controle dos aumentos contratuais de preços (14%) e o aumento da taxa de juros (3%). Para 1% das pessoas ouvidas, o governo não precisaria fazer nada. Outros 7% não sabem ou não responderam.
Juros
A maioria dos entrevistados (89%) não concorda com o aumento de juros como forma de controle da inflação. Entre aqueles com renda familiar superior a R$ 1,8 mil, essa proporção chega a 93% das pessoas ouvidas.
Em suas próprias vidas, 45% dos entrevistados acreditam que o principal impacto do aumento da taxa de juros é o desestímulo em contrair novas dívidas, enquanto 38% apontam a elevação do valor das dívidas contraídas como o principal impacto.
Foram ouvidas mil pessoas em todas as regiões do país entre os dias 17 e 31 de maio. 
Fonte: R7

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