Uma grande cidade sem carros, parece utópico. Mas a capital finlandesa, Helsinque, tem planos de estar totalmente livre dos carros até 2025. A saída para alcançar este objetivo é a mais óbvia, mas não mais simples: tornar o transporte público tão eficiente que os moradores não precisarão (e nem terão vontade de) tirar seus automóveis particulares da garagem, segundo o jornal britânico The Guardian.
Na prática, todos os diferentes modais oferecidos pelas autoridades públicas devem ser interligados, ao mesmo tempo em que os usuários conseguem ter acesso aos horários, trajetos e demais informações por um aplicativo no celular. A tecnologia não servirá apenas para informar, mas ela também deve permitir que os passageiros solicitem paradas de ônibus fora dos pontos, para maior comodidade. Através do aplicativo, a população também pode pedir, usar e pagar por outros tipos de serviços, como táxis, bicicletas e até carros de aluguel.
Atualmente a cidade europeia já possui um serviço de microônibus em que os usuários especificam seus próprios pontos através do aplicativo e a informação é transmitida ao motorista. Mas, Helsinque pretende ir ainda mais longe. Mesmo que a proposta seja promissora, ainda existem críticos que enxergam a medida como um tanto segregadora, a partir do momento em que restringe as facilidades às pessoas que possuem smartphones. Independente disso, a proposta de tornar o sistema mais eficaz já é um exemplo para outras cidades do mundo que precisam de renovações no sistema de transporte coletivo para atrair ainda mais a população.
Apesar de a proposta estar a um oceano e alguns graus de latitude e longitude de distância, cabe a reflexão: será que em um país como o Brasil isso seria possível? Ou, ainda, será que poderíamos algum dia escapar do coronelismo da indústria automobilística? Isso não se sabe, mas se as amarras podem começar a ser quebradas, isso acontecerá por meio de melhorias profundas nas estruturas urbanas e, consequentemente, do transporte público.
Mas isso não significa que por aqui esse tipo de movimentação não aconteça. A cidade catarinense de Joinville pretende ter apenas 20% dos deslocamentos feitos em motos e carros até 2030. Para tornar o transporte coletivo mais eficiente, Joinville planeja melhorar os corredores de ônibus e, possivelmente, reduzir os preços das passagens. A reforma e construção de novas calçadas e ciclovias também devem entrar no projeto para garantir a segurança de quem anda a pé ou de bicicleta.
Fonte: Consumidor Moderno
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