segunda-feira, 21 de julho de 2014

Estudar no exterior já é realidade da classe C

Possibilidade de parcelamento e preços mais baixos cobrados em intercâmbios atraem assalariados.

Antes vistas como oportunidades exclusivas para as classes mais altas, as viagens de intercâmbio se apresentam como boa opção também para a população brasileira de baixa renda. Além da alta do poder aquisitivo dessa faixa, as facilidades do crédito ajudam a atrair o grupo para a modalidade. Clientes da classe C, da qual fazem parte 108 milhões de brasileiros, já respondem por até 20% das vendas, conforme dados da agência de intercâmbio CI.
O motivo para esse movimento é simples: os pais entendem que, com a vivência internacional, seus filhos passam a ter condições de conseguir melhores posições no mercado de trabalho e, consequentemente ter um salário maior. Essa é a explicação de Celso Garcia, um dos sócios-diretores da CI, que investe na ampliação desse mercado. 
Giovanna Picinini poupou por dois anos para o intercâmbio na Inglaterra. Ela garante que valeu a pena: “Voltei para trabalhar com turistas”
Foto:  arquivo pessoal
Segundo ele, a democratização do intercâmbio tornou-se uma realidade. “Aliado a isso, há possibilidades de financiamento em até 24 vezes, com parcelas atraentes”, explica Garcia.

Em pesquisa feita pela Associação Brasileira de Viagens Educacionais e Culturais (Belta, na sigla em inglês), 76% das agências de intercâmbio afirmaram que vêm atendendo a esse público nos últimos dois anos. Para algumas empresas, é um nicho já consolidado. Segundo o levantamento, a classe C já representa metade das vendas em 10% das agências
Além da vantagem em aprender um segundo idioma, existe a experiência em si e o amadurecimento decorrente dela. De acordo com o consultor em Recursos Humanos da ManpowerGroup, Edson Balestri, “o acesso a culturas diferentes faz com que o intercambista saiba lidar com outras situações”. Segundo ele, o viajante fica mais apto a gerir conflitos. “Esta habilidade é válida para as empresas, principalmente as que são multinacionais, ou as que têm relações comerciais e políticas com companhias internacionais”, afirma Balestri.
Para a gerente de carreiras Dayse Gomes, a capacidade de adaptação à culturas e aos hábitos de outros países é um dos maiores diferenciais de um profissional que passa um período fora, principalmente para ocupar cargos de liderança. 
Agência CI aposta nas vendas para Classe Média, oferecendo pacotes com mais opções de pagamento
Foto:  Divulgação
É nesse cenário que a CI trabalha e espera fechar 2014 com um crescimento de 20% no seu faturamento. A empresa direciona a expansão de sua rede de lojas em cidades com grande incidência de pessoas nessa faixa de renda que estão aptas a consumir o produto intercâmbio. Pode ser um curso de idiomas ou universitário, trabalho voluntário ou viagem de experiências.

“Essa parcela das pessoas enxerga no emprego o caminho da estabilidade e isso passa por uma segunda língua”, explica Garcia.
Jovem economizou por dois anos
O sonho de Giovanna Picinini Di Giovanni, 24 anos, era fazer intercâmbio na Inglaterra. Mas como o salário da jovem não proporcionava uma viagem imediata, ela juntou dinheiro por dois anos.
Jornalista, ela conta que veio de São Paulo para morar no Catete e desde então se sustenta sozinha. “Não é possível fazer todas as minhas vontades. Dá para viver e realizar os sonhos, mas administrando e economizando”, recomenda.
E depois de guardar cerca de R$ 600 por mês, ela fez o intercâmbio que custou R$ 15 mil. Segundo Giovanna, valeu a pena ficar com o orçamento apertado no tempo que estava poupando para a viagem.
“Trabalhei depois do intercâmbio com pessoas que falavam inglês, pessoal da Austrália, do Canadá, e se eu não tivesse feito a viagem eu não teria conseguido”, disse.
COMO SE PREPARAR
DOCUMENTAÇÃO 
Não deixe a programação para a última hora. É importante tirar os documentos, como o visto de entrada para o país escolhido, com antecedência.

CLIMA 
Tenha atenção para as peças do guarda-roupa. Se for um país com clima frio, esteja preparado.

SEGURO-SAÚDE 
Seguro-saúde é fundamental. Se houver a possibilidade de praticar esportes radicais, veja se o pacote faz cobertura.

CREDENCIAMENTO
Confira se a agência de viagem faz parte de federações nacionais ou internacionais. Vale verificar também se a empresa tem escritórios próximos ao seu destino.

REMÉDIOS 
Caso tome remédios regularmente, calcule a quantidade necessária para o período da estada e leve-os na bagagem. Também tenha em mãos as receitas que precisar.

CELULAR 
A conta do celular pode sair cara por causa do deslocamento. Por isso, se quiser usar seu aparelho, opte por comprar um chip local para fazer ligações.

LEGISLAÇÃO 
É fundamental atentar para a legislação do local que esteja visitando, já que ela muda drasticamente de lugar para lugar. Evite problemas.

CONTRATO 
Leia o contrato com atenção. Confira a cláusula de desistência, pois imprevistos podem acontecer e é preciso estar sempre atento.

Fonte: O Dia - Online

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