Economia é o dinheiro que sobra, planejamento financeiro é o que fará o dinheiro sobrar. E aí? Do que você está precisando para sair do sufoco?
Poupar ou planejar?
Na sociedade atual, o consumo tem uma participação extremamente forte na existência das pessoas. Ter desejos é normal, saudável e motivador. O problema reside no fato de algumas pessoas acabarem dando prioridade à compra e não ao controle.
Engana-se quem acha que consumo e consumismo são a mesma coisa.
O consumismo é a compulsão pela compra, em geral quando o emocional está abalado, e atinge qualquer um. As questões afetivas são as principais causas que levam ao endividamento. O consumo é um conceito de necessidade e é considerado saudável, mas é preciso manter a atenção para que não se torne uma armadilha, tornando-se um vício ou uma necessidade constante.
O endividamento muitas vezes ocorre quando a pessoa que se joga numa situação de risco, contrai muitas dívidas, estoura o cheque especial, realiza inúmeras parcelas no cartão de crédito, além de empréstimos. No entanto, o endividamento também pode ocorrer por motivos alheios à vontade do endividado, como imprevistos, tais quais, doença, acidente, desemprego, morte ou separação.
Para que isso seja evitado, é necessário que o consumidor tome atitudes de precaução. Para conseguir "sair do buraco" e se livrar do endividamento, o primeiro passo é reconhecê-lo. Só sabe quanto pode gastar, sem ficar no vermelho, quem sabe exatamente quanto entra e quanto sai do bolso, mensalmente. A partir daí, já é possível definir quanto e como que se pode gastar.
A primeira atitude é realizar uma faxina financeira no orçamento, a fim de verificar a atual situação de suas contas. Você sabia que poupar é diferente de planejar? Uma boa dica é criar um método de controle.
♦ Que tal uma planilha?
Anote todas as despesas fixas e extras, para descobrir o comprometimento dos seus ganhos. Investigue para onde está indo cada centavo, pois só assim conseguirá saber quais são os gastos supérfluos que podem ser eliminados. Não esqueça de anotar todas as suas receitas e despesas, até mesmo aquelas pequenas que você faz com dinheiro quando está na rua. Você irá se surpreender como os pequenos valores podem influenciar no seu resultado final.
♦ Sempre pesquise o preço de um produto em várias lojas antes de comprá-lo. Pode parecer pouco, mas se você conseguir economizar de 10 a 20%, já serão 10 a 20% a mais no seu orçamento.
♦ Só compre o que realmente precisa. Na hora de comprar, lembre-se da pergunta: é desejo ou necessidade? Se for uma necessidade, a sua vida certamente ficará muito mais complicada sem aquele produto. Mas, se for um desejo, você poderá viver sem aquilo. Isso não quer dizer que você não poderá ter o objeto de seus sonhos, mas terá a oportunidade e o tempo para planejar a compra e fazê-la sem se endividar. Na dúvida, espere 15 dias. Os desejos compulsivos costumam desaparecer após este prazo e você conseguirá controlar mais as compras impulsivas.
♦ Faça sempre uma lista de compras em casa antes de ir ao supermercado e nunca faça compras quando estiver com fome. Fique atento e respeite sua lista.
♦ Pague à vista quando tiver desconto. É sempre vantajoso, porque é uma forma de você comprar o produto a um preço mais barato.
♦ Diminua ou se possível, acabe com as compras a prazo. Diminua ou pare de usar o cartão de crédito, da mesma forma que o cheque parcelado.
♦ Quem optar por continuar usando o cartão de crédito, escolha uma data de vencimento do cartão próxima do dia de seu pagamento, assim você pode fazer o pagamento da fatura assim que receber seu salário. Você se planeja para aquele gasto e evita que seu cartão se transforme numa fonte de dívidas.
♦ Ao utilizar um cartão de crédito faça o pagamento integral das parcelas. Evite pagar o mínimo constante da fatura. Procure manter o controle do saldo de seu cartão fazendo consultas periódicas à fatura, seja online ou por telefone. Fique de olho às compras parceladas porque alguns estabelecimentos incluem os juros nas parcelas sem o consentimento do consumidor. Verifique sempre.
♦ Evite usar o cartão de crédito para realizar saques em dinheiro, especialmente para quantias baixas, porque os juros e a tarifa cobrada por este serviço podem ser maiores que o valor do saque.
♦ Tome cuidado com o Débito Automático. É importante saber o quanto se gastou no mês com água, luz, telefone, etc.
♦ Não peça cartões adicionais. Muita gente não sabe, mas as vantagens para o cliente são maiores quando as compras são realizadas num único cartão.
♦ Diminua suas dívidas gradativamente, aproveite as rendas extras (13º salário, férias, bônus) para pagar as dívidas.
♦ Trace objetivos, mas tenha o pé no chão e seja realista na hora de decidir o que quer. Estabeleça metas para alcançar seus objetivos. Faça seu planejamento, siga-o e de tempos em tempos, verifique como ele está indo.
♦ No contexto da família, a melhor ferramenta pra evitar o endividamento é o diálogo. Nessa conversa, o planejamento deve ser o ponto principal. É preciso que todos saibam exatamente onde estão, onde pretendem chegar, os recursos disponíveis e os esforços necessários para se atingir o objetivo. Planeje, controle e sonhe em família. Definam três sonhos prioritários que tenham diferentes prazos a serem realizados - curto (até um ano), médio (até dez) e longo (acima de dez anos). Este será um fator de motivação para ajustar e conduzir o orçamento familiar, podendo funcionar inclusive, como um elemento educacional, permitindo que no futuro, todos os membros da família se conscientizem e realizem o seu próprio planejamento financeiro.
♦ Quando fizer um planejamento financeiro para um prazo muito longo, não se esqueça de dividi-lo em pequenos compartimentos com metas de curto prazo. Por exemplo, se o seu plano é juntar 1200 reais em um ano, tente juntar 100 reais por mês, ou até mesmo 3,34 reais por dia, se você quiser ser extremamente específico. Assim, transformando suas grandes metas em metas menores você alcança seus objetivos de forma mais suave e realista.
♦ Se for necessário entrar em um financiamento para a realização de determinados sonhos, não acessíveis de outra forma, é importante avaliar se as parcelas, de fato, caberão no orçamento, levando em conta todas as outras despesas e demais sonhos de curto, médio e longo prazos.
♦ Lembre-se: você não está proibido de sonhar, de ter desejos, de consumir. Contudo, viva de acordo com o seu padrão de vida. Faça escolhas que caibam no seu orçamento. Se as condições não permitirem, procure outras opções mais prazerosas e de menor valor.
Por fim, tenha certeza de que a satisfação plena e constante não existe, a frustração faz parte da vida de qualquer ser humano e os problemas não serão resolvidos durante as compras. Se você se transformou num endividado, não se puna. Foque-se em resolver sua situação, mas não traga para si grandes exigências. Isto gera stress, cobrança e culpa. Nesta atmosfera seu grande planejamento financeiro está fadado ao fracasso.
Sonhe à vontade, mas planeje primeiro.
Calculadora do Cidadão:
Fonte: Procon Carioca
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