A educação a distância (EaD) poderá ter um novo marco reagulatório
até o final deste ano. A discussão está na reta final no Conselho
Nacional de Educação (CNE) e a intenção é que, até novembro, um
documento consolidado seja enviado ao Ministério da Educação (MEC).
Entre as mudanças está a elaboração de uma nova avaliação para a
modalidade.
O novo critério – necessário para o funcionamento dos
cursos, credenciamento e recredencimento deles no MEC – deverá
valorizar o projeto institucional e considerar a inovação, a estrutura, o
corpo docente, a interdisciplinaridade da instituição.
O
conselheiro do CNE Luiz Roberto Curi explica que avaliação feita
atualmente é mais quantitativa, considera aspectos como o número de
docentes ou número de livros disponíveis. A nova levará em conta também
as especificidades de cada instituição e a qualidade ofertada. "O novo
procedimento [de avaliação] deverá ter um novo instrumento, novos
indicadores, que possam conduzir a uma percepção do projeto
institucional, que consiga avaliar as diferenças. Se [uma instituição]
amplia a base tecnológica, amplia o acesso a leitura, o contato com a
sociedade, ela tem um projeto bem avaliado."
Também será levada em consideração a formação e capacitação dada aos
docentes para atuarem no ensino a distância. O polo de educação a
distância ou polo de apoio presencial, onde são desenvolvidas as
atividades pedagógicas e administrativas, terá destaque. No polo, os
estudantes tem à disposição atividades de tutoria presencial,
biblioteca, laboratórios, teleaulas, avaliação.
O CNE planeja
estimular o uso dos polos como espaço de extensão, de integração com a
comunidade. "A ideia é permitir que a instituição que quer ofertar a EaD
construa o seu projeto institucional e o construa qualificando o polo,
qualificando as tecnologias disponívei", diz Curi.
Pelo projeto, a
nova avaliação será elaborada pelo Instituto Nacional de Estudos e
Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) e será considerada no
processo de recredenciamento da instituição de ensino que oferta a EaD.
Curi
explica que as novas diretrizes deverão contribuir para a expansão com
qualidade da educação a distância, necessária para levar o ensino
superior a locais onde não há a opção presencial. Atualmente, segundo o
conselheiro, 66% dos municípios brasileiros não têm oferta de ensino
superior.
De acordo com o Censo da Educação Superior, são 1.148
cursos de graduação a distância, que correspondem a 4% dos cursos no
país. A maior parte (55,3%) é ofertada por instituições privadas.
Curi
explica que o novo marco não pretende modificar questões estruturais da
EaD, como a necessidade de avaliações presencialmente ou a necessidade
dos polos. Ainda em fase de projeto, o novo marco deverá ser apresentado
em audiêcia pública pré-agendada para o dia 1º de setembro.
Fonte: Agência Brasil
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