A Justiça Federal no Piauí indeferiu o pedido de anulação parcial do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) feito
pelo Ministério Público Federal (MPF) no Piauí. O MPF diz que ainda não
recebeu o comunicado oficial da decisão, tomada ontem (22). O MPF diz
que vai recorrer ao Tribunal Regional Federal da 1ª Região, com sede em
Brasília.
A decisão foi tomada pela juíza Marina Rocha
Cavalcanti, que entendeu que o vazamento do tema da redação, que ocorreu
horas antes da aplicação do exame foi não foi fruto de um esquema
pré-organizado para beneficiar certos candidatos, mas algo desorganizado
que não comprometeu a isonomia entre os candidatos. Marina diz que
foram analisados conteúdos das redações elaboradas pelos candidatos e
que não houve um padrão de resposta, o que leva à conclusão de que não
houve apoio externo para a produção da redação.
"Justiça seja
feita: em 2009, houve vazamento de prova do Enem e o Inep [Instituto
Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira] teve a
firmeza e a coragem de reconhecer o problema e fazer o exame, sem
necessidade de ordem judicial para tanto. No presente caso, houve também
problemas, mas o Inep, aquele que já demonstrou ter coragem e firmeza,
os considerou incapazes de comprometer a isonomia. Apresentou suas
justificativas e mostrou, com informações sobre os critérios de
segurança adotados antes e depois do exame, que se aprimorou e é mais
eficaz para lidar com as tentativas de fraude", diz a decisão da juiza.
Segundo
o MPF inquérito feito pela Polícia Federal constatou por meio de exame
pericial, feito em celulares de alguns estudantes ouvidos na
investigação, que houve o vazamento do tema da redação do Enem 2014 pelo
aplicativo WhatsApp, às 10h47 do dia 9 de novembro de 2014 nos grupos
“Vem que eu faço direito”, “Terceirão”, “Boa Sorte” e “VQV”. Em
depoimentos, os estudantes afirmaram que receberam a mensagem horas
antes da prova e que a replicaram para outros grupos.
Também de
acordo com o MPF, o Inep, autarquia federal vinculada ao Ministério da
Educação, responsável pela gestão e divulgação do Enem, apresentou nota
técnica na qual admite ter havido a abertura dos malotes contendo as
provas nos estados do Piauí, Maranhão e Paraíba duas horas antes do
horário estipulado no procedimento operacional padrão.
No ano passado, mais de 6,1 milhões de candidatos fizeram o Enem. A nota do exame pode ser usada para o ingresso no ensino superior público pelo Sisu, para concorrer a bolsas no ensino superior privado pelo Programa Universidade para Todos (ProUni), para obter financiamento pelo Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), participar do programa de intercâmbio Ciência sem Fronteiras, além de concorrer a vagas no ensino técnico e obter certificação do ensino médio.
No ano passado, mais de 6,1 milhões de candidatos fizeram o Enem. A nota do exame pode ser usada para o ingresso no ensino superior público pelo Sisu, para concorrer a bolsas no ensino superior privado pelo Programa Universidade para Todos (ProUni), para obter financiamento pelo Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), participar do programa de intercâmbio Ciência sem Fronteiras, além de concorrer a vagas no ensino técnico e obter certificação do ensino médio.
Fonte: EBC
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