Depois do veto da presidente Dilma Rousseff à correção de 6,5% da tabela do Imposto de Renda, o governo deve fixar o reajuste em 4,5%.
Na prática, o uso de um índice menor vai fazer com que pessoas que
ficariam isentas continuem pagando imposto. Além disso, com a correção
de 6,5%, quem hoje paga imposto poderia acabar caindo numa alíquota
menor da tabela e pagar menos, o que não vai mais ocorrer.
O presidente do Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis do Estado
de São Paulo (Sescon-SP), Sérgio Approbato Machado Júnior, explica como a
nova tabela deve ficar e como ficaria se a correção de 6,5% tivesse
sido aprovada. Veja as situações:
- Hoje: é isento (não paga imposto) quem ganha até R$ 1.787,77 por mês
- Com 6,5% de correção: seria isento quem recebe até R$ 1.903,97
- Como deve ficar (4,5% de correção): será isento quem ganha até R$ 1.868,21
Esses valores acima se referem ao salário líquido, descontado o INSS (não é o salário total, bruto).
Exemplo de como é calculado o Imposto de Renda
Considerando-se um salário de R$ 2.800 por mês, a situação é a seguinte:
HOJE
- Imposto de 15%, com parcela a deduzir de R$ 335,03
- Paga R$ 84,97 de imposto por mês (15% de R$ 2.800 dá R$ 420; desse valor, abatem-se R$ 335,03, que é a parcela a deduzir conforma a tabela atual do IR)
COM CORREÇÃO DE 6,5%
- Imposto de 7,5%, com parcela a deduzir de R$ 142,79
- Pagaria R$ 67,21 de imposto por mês (7,5% de R$ 2.800 daria R$ 210; abatem-se R$ 142,79)
Mas, como a tabela deverá ser reajustada em 4,5%, esse contribuinte continuará pagando o imposto de 15%.
Veja nas tabelas abaixo como fica a sua situação de acordo com o salário líquido (descontando o INSS):
TABELA ATUAL, SEGUNDO O SALÁRIO LÍQUIDO
- Até R$ 1.787,77: isento
- De R$ 1.787,78 a R$ 2.679,29: alíquota de 7,5%, com parcela a deduzir de R$ 134,08
- De R$ 2.679,30 a R$ 3.572,43: alíquota de 15%, com parcela a deduzir de R$ 335,03
- De R$ 3.572,44 a R$ 4.463,81: alíquota de 22,5%, com parcela a deduzir de R$ 602,96
- A partir de R$ 4.463,82: alíquota de 27,5%, com parcela a deduzir de R$ 826,15
COMO A TABELA DEVE FICAR COM A CORREÇÃO DE 4,5%
- Até R$ 1.868,21: isento
- De R$ 1.868,22 a R$ 2.799,85: alíquota de 7,5%, com parcela a deduzir de R$ 140,11
- De R$ 2.799,86 a R$ 3.733,18: alíquota de 15%, com parcela a deduzir de R$ 350,10
- De R$ 3.733,19 a R$ 4.664,68: alíquota de 22,5%, com parcela a deduzir de R$ 630,09
- A partir de R$ 4.664,69: alíquota de 27,5%, com parcela a deduzir de R$ 863,32
COMO A TABELA FICARIA COM A CORREÇÃO DE 6,5%
- Até R$ 1.903,97: isento
- De R$ 1.903,98 a R$ 2.853,44: alíquota de 7,5%, com parcela a deduzir de R$ 142,79
- De R$ 2.853,45 a R$ 3.804,63: alíquota de 15%, com parcela a deduzir de R$ 356,80
- De R$ 3.804,64 até R$ 4.753,95: alíquota 22,5%, com parcela a deduzir de R$ 642,15
- A partir de R$ 4.753,96: alíquota de 27,5%, com parcela a deduzir de R$ 879,84
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