A rotulagem adequada de alimentos é uma das maiores bandeiras da
defesa do consumidor no Brasil. Mas mais do que um informativo
obrigatório, o rótulo é um mecanismo fundamental para garantir a boa
saúde na era dos produtos industrializados.
Para esclarecer os
pontos mais relevantes das embalagens, a Dra. Myrna Campagnoli,
endocrinologista que integra o corpo clínico do Delboni Medicina
Diagnóstica, alerta sobre as principais armadilhas. “Até mesmo as
versões light podem não ser nutricionalmente boas para o organismo”,
explica ela.
Para a especialista, não é necessário ler todo o
rótulo, mas algumas informações merecem destaque. Os ingredientes, por
exemplo, mostram qual a composição do produto de forma decrescente. Por
exemplo, se o primeiro ingrediente presente na lista for farinha de
trigo, então é o que está em maior quantidade no produto. “Alguns sucos
de caixinha têm como primeiro ou segundo ingrediente o açúcar, ou seja,
não devem ser consumidos regularmente”, alerta a endocrinologista.
A
tabela nutricional também contém informações como calorias, açúcares e
gorduras. “Os dados colocados na tabela servem para controle
nutricional, e devem ser lidos por principalmente por quem tem
restrições alimentares, como os hipertensos, que precisam evitar o
sódio”, afirma Dra. Myrna.
Para ajudar na compreensão da tabela nutricional, a endocrinologista listou alguns itens que merecem mais atenção:
Valor energético
Corresponde
a energia produzida pelo corpo proveniente de carboidratos, gorduras e
proteínas. Ele costuma ser o primeiro item da tabela, colocado em forma
de quilocalorias (kcal). Para quem segue dietas com restrições de
calorias, este dado é muito importante.
Quantidade da porção
Quem
nunca comprou um pacote de salgadinho achando que tinha poucas
calorias, mas ao chegar em casa percebeu que o número correspondia a
apenas um terço do pacote? Este é um dos primeiros itens que devem ser
olhados a fim de evitar surpresas depois.
Gorduras saturadas
Encontrada
principalmente em alimentos de origem animal, essa gordura quando
consumida em excesso aumenta o colesterol ruim (LDL). Para saber se o
produto tem muito desse nutriente, lembre-se que o recomendado é apenas
20 gramas ao dia. Ou seja, alimentos com mais de 2 gramas a cada 100
gramas já representam 10% da cota diária.
Sódio
Está
presente em quase todos os alimentos industrializados, inclusive nos
doces. O seu consumo excessivo pode ser prejudicial, principalmente aos
hipertensos. O indicado é que a cada 100 miligramas de um alimento, deve
haver no máximo 200 miligramas de sódio.
Fibras
Além
de ajudar no regulamento do intestino, as fibras são também importantes
aliadas para redução da absorção do colesterol e açúcares. Segundo a
Dra. Myrna, hoje o mercado conta com várias opções de alimentos
integrais, mas nem todos possuem uma boa porção desse nutriente. O
ideal é que haja a proporção de 3 gramas de fibras a cada 100 gramas do
produto.
Colesterol
Independente da
quantidade de alimentos consumidos diariamente, o consumo diário de
colesterol não deve passar de 300 miligramas. O excesso pode colaborar
para o aumento do LDL, resultando em um fator de risco para o infarto.
Fonte: Uol
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