Os juros cobrados pelos bancos nas operações com pessoas
físicas, excluindo o crédito imobiliário e rural, subiram pelo quinto
mês seguido em maio e atingiram 57,3% ao ano, segundo informações
divulgadas pelo Banco Central nesta terça-feira (23).
A
taxa média de juros cobrada pelos bancos nestas operações, de acordo
com o BC, registrou aumento de 1,2 ponto percentual no mês passado e 7,7
pontos percentuais no acumulado de 2015. Em abril, os juros bancários
estavam em 56,1% ao ano.
O patamar de maio, de acordo com o BC, é o
maior desde o início da série histórica, em março de 2011, ou seja, em
pouco mais de quatro anos. Até então, a maior taxa de juros já
registrada para pessoas físicas nas operações com recursos livres havia
sido registrada em abril deste ano.
Juro bancário subiu mais que taxa básica
O aumento dos juros bancários acompanha a alta da taxa básica da economia, fixada pelo Banco Central a cada 45 dias para tentar conter as pressões inflacionárias. Desde outubro do ano passado o BC vem subindo os juros ininterruptamente. Naquele momento, a taxa estava em 11% ao ano. No fim de maio, já havia avançado para 13,25% ao ano, um aumento de 2,25 pontos percentuais.
O aumento dos juros bancários acompanha a alta da taxa básica da economia, fixada pelo Banco Central a cada 45 dias para tentar conter as pressões inflacionárias. Desde outubro do ano passado o BC vem subindo os juros ininterruptamente. Naquele momento, a taxa estava em 11% ao ano. No fim de maio, já havia avançado para 13,25% ao ano, um aumento de 2,25 pontos percentuais.
Os números mostram que os bancos
elevaram suas taxas de juros ao consumidor de maneira mais intensa. Em
setembro do ano passado, antes do reinício do ciclo de elevação dos
juros básicos pela autoridade monetária, os juros bancários para pessoas
físicas estava em 49,2% ao ano, avançando para 57,3% ao ano em abril.
Um aumento de 8,1 pontos percentuais, ou seja, mais do que três vezes a
alta da taxa Selic.
Segundo um levantamento feito pela consultoria
Economatica para a BBC Brasil, apesar da desaceleração econômica, a
rentabilidade sobre patrimônio dos grandes bancos de capital aberto no
Brasil foi de 18,23% em 2014 – mais que o dobro da rentabilidade dos
bancos americanos (7,68%).
Taxa de todas operações e de empresas
Já a taxa de juros média de crédito de todas operações (pessoas físicas e empresas), ainda somente com recursos livres, ou seja, sem contar crédito habitacional, rural e do BNDES, subiu de 41,8% ao ano em abril para 42,5% ao ano em maio deste ano – também o maior patamar da série histórica, que tem início em março de 2011.
Já a taxa de juros média de crédito de todas operações (pessoas físicas e empresas), ainda somente com recursos livres, ou seja, sem contar crédito habitacional, rural e do BNDES, subiu de 41,8% ao ano em abril para 42,5% ao ano em maio deste ano – também o maior patamar da série histórica, que tem início em março de 2011.
A taxa das operações
de pessoas jurídicas, com recursos livres, avançou 0,3 ponto percentual
em maio, para 26,9% ao ano. Em abril, estava em 26,6% ao ano. O nível de
março é o mais alto desde julho de 2011, quando somou 27,6% ao ano.
Inadimplência
Segundo o Banco Central, a taxa de inadimplência das pessoas físicas, nos empréstimos bancários com recursos livres (sem contar crédito rural e habitacional), que mede atrasos nos pagamentos acima de 90 dias, subiu de 5,3% em abril para 5,4% em maio. É o maior patamar desde novembro do ano passado (5,5%).
Segundo o Banco Central, a taxa de inadimplência das pessoas físicas, nos empréstimos bancários com recursos livres (sem contar crédito rural e habitacional), que mede atrasos nos pagamentos acima de 90 dias, subiu de 5,3% em abril para 5,4% em maio. É o maior patamar desde novembro do ano passado (5,5%).
Já a taxa de inadimplência das operações dos
bancos com as empresas, ainda no segmento com recursos livres, subiu de
3,9% em abril para 4% no mês passado.
Considerando a taxa total de
inadimplência, que engloba operações com as pessoas físicas e empresas,
ainda nas operações com recursos livres, a taxa avançou de 4,6% em
abril para 4,7% em maio.
'Spread' bancário
Com o aumento das taxas de juros bancárias de pessoa física em março, houve alta do chamado "spread bancário" – que é a diferença entre o que os bancos pagam pelos recursos e quanto cobram de seus clientes – no mês passado.
Com o aumento das taxas de juros bancárias de pessoa física em março, houve alta do chamado "spread bancário" – que é a diferença entre o que os bancos pagam pelos recursos e quanto cobram de seus clientes – no mês passado.
Em abril, "spread" nas operações com pessoas físicas
somava 43,3 pontos percentuais, avançando para 44,4 pontos em maio, o
maior patamar da série histórica do BC. Na parcial deste ano, houve um
forte aumento de 7,1 pontos percentuais. Com isso, o o spread continua
em níveis historicamente elevados.
O "spread" é composto pelo
lucro dos bancos, pela taxa de inadimplência, por custos
administrativos, pelos depósitos compulsórios (que são mantidos no Banco
Central) e pelos tributos cobrados pelo governo federal, entre outros.
Fonte: G1
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