sexta-feira, 26 de junho de 2015

Conar manda Claro suspender propaganda que promete WhatsApp, Facebook e Twitter grátis

“WhatsApp, Facebook e Twitter grátis dentro da franquia”, promete a campanha publicitária da Claro denunciada pela TIM ao Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar). Enquanto analisa o caso, o Conselho de Ética do órgão suspendeu a propaganda em medida liminar, no último dia 22 de junho. No entanto, o comercial continua no ar.
Na queixa, a TIM argumenta que o apelo — “grátis” — não é verdadeiro, uma vez que o assinante paga para ter acesso ao serviço. O julgamento deve ocorrer em julho.
Embora a maior parte das denúncias ao Conar sejam feitas por consumidores, os concorrentes, desde que filiados ao Conselho, são responsáveis por uma parcela das instaurações de processos — fato que se dá com maior frequência no setor de telefonia, conforme o órgão. No ano passado, 56,8% das denúncias das 308 denúncias registradas partiram de consumidores e 29,2%, de associados do Conar.
Procurada pela reportagem a Claro informou que “que recebeu a representação do Conar, está analisando os termos do processo e que prestará os esclarecimentos necessários ao órgão”.
A TIM ainda não se manifestou.
BATALHA DE TODOS CONTRA TODOS
No comercial, a Claro afirma ainda: “Só a Claro tem o que você precisa para aproveitar o melhor do agora e acessar as principais redes sociais sem pagar nada mais por isso. Conheça a Internet Turbinada para os planos Pré, Controle, Pós e Combo Multi e curta cada instante do seu dia fazendo o que mais gosta”.
A denúncia da TIM contra a Claro se dá em meio à contenda entre as operadoras e os consumidores e órgão de defesa. No mesmo dia em que o Conar expediu a medida liminar de suspensão do anúncio, o Procon-SP anunciou multa às quatro operadoras de telefonia móvel Oi, TIM, Claro e Vivo em R$ 22,7 milhões por quebra de contrato e bloqueio de internet móvel nos planos vendidos como ilimitados. A acusação é de burlar o Artigo 6º do Código de Defesa do Consumidor que estipula os direitos básicos do consumidor, principalmente quanto a direito a informação adequada e clara na contratação de produtos e serviços. A informação é imprecisa, o consumidor não sabia que durante o contrato haveria mudanças — afirma a diretora-executiva do Procon-SP, Ivete Maria Ribeiro.
A autuação mais pesada ficou com a Oi, que terá de arcar com multa no valor de R$ 8.002.807. Já a TIM terá de pagar R$ 6.648.653. Claro e Vivo/Telefônica terão de desembolsar, respectivamente, R$ 4.553.653 e R$ 3.553.986,67 pela prática considerada abusiva pelo órgão.
A multa aplicada pelo Procon-SP poderá ainda se somar a que foi arbitrada pelo Tribunal de Justiça de São Paulo, na ação movida em 11 de maio pelo Procon-SP , que prevê pelo descumprimento a multa de R$ 25 mil por dia para as operadoras que descumpr ir em a decisão de manutenção dos serviços contratados pelos consumidores sem corte da internet. Por meio de sua assessoria de imprensa, a Oi afirmou não comentar ações em andamento, enquanto que a TIM disse ainda não ter sido notificada pelo PROCON-SP. A Claro esclareceu "que foi notificada e está avaliando os termos da autuação". A Vivo informa que, pelo fato de o assunto estar sub judice, não vai se manifestar sobre o tema.
CONDENAÇÃO DA TIM POR PROPAGANDA ENGANOSA
Se por um lado ataca a concorrente por meio do órgão de autorregulamentação publicitária, por outro a TIM se defende, na Justiça, de acusações de prática de publicidade enganosa pela propaganda do plano Infinity. A companhia foi condenada, pela 14ª Vara Cível de Brasília, a restituir aos clientes os valores cobrados que tenham excedido R$ 0,25 pelo primeiro minuto de ligação e a adequar a publicidade às normas do Código de Defesa do Consumidor (CDC). A corte considerou que os anúncios não informavam o consumidor adequadamente sobre as regras da promoção e poderiam induzí-lo a erro. O processo se originou a partir de ação civil pública proposta pela Promotoria de Justiça de Defesa do Consumidor (Prodecon).
Fonte: O Globo

Nenhum comentário:

Postar um comentário