O Banco Central (BC) piorou a projeção para a inflação este ano. Na
estimativa do BC, a inflação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao
Consumidor Amplo (IPCA), deve ficar em 9%, este ano, ante 7,9% previstos
em março. Essa estimativa está no Relatório Trimestral de Inflação,
divulgado hoje (24).
O IPCA – produzido pelo Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística (IBGE) – é o indicador oficial do governo
para aferição das metas inflacionárias. O índice mede a variação do
custo de vida das famílias com chefes assalariados e com rendimento
mensal compreendido entre um e 40 salários mínimos mensais.
Em
2016, a inflação deve recuar e encerrar o período em 4,8%. A previsão
anterior era 4,9%. Em 12 meses, no final do segundo trimestre de 2017, a
projeção ficou em 4,5%.
Essas projeções são do cenário de
referência, em que o BC levou em considerações informações disponíveis
até o último dia 12 para fazer as estimativas. Nesse cenário foram
considerados o dólar em R$ 3,10 e a taxa básica de juros, a Selic,
atualmente em 13,75% ao ano.
O BC também divulga os dados do
cenário de mercado, que faz estimativas para a taxa de câmbio e a Selic.
No cenário de mercado, a previsão para a inflação este ano é 9,1%, 1,2
ponto percentual acima da estimativa de março. Em 2016, a projeção é
5,1%, a mesma estimativa anterior. Em 12 meses, no final do segundo
trimestre de 2017, a estimativa ficou em 4,8%.
As estimativas de
inflação para este ano indicam estouro do teto da meta (6,5%). O centro
da meta, que deve ser perseguida pelo BC, é 4,5%.
Um dos
instrumentos usados para influenciar a atividade econômica e,
consequentemente, a inflação, é a taxa básica de juros, a Selic. Essa
taxa é usada nas negociações de títulos públicos no Sistema Especial de
Liquidação e Custódia (Selic) e serve de referência para as demais taxas
de juros da economia.
Quando o Comitê de Política Monetária
(Copom) do BC aumenta a Selic, o objetivo é conter a demanda aquecida, e
isso gera reflexos nos preços, porque os juros mais altos encarecem o
crédito e estimulam a poupança. Quando o Copom reduz os juros básicos, a
tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e
ao consumo, mas a medida alivia o controle sobre a inflação.
O
BC tem que encontrar equilíbrio ao tomar decisões sobre a taxa básica de
juros, de modo a fazer com que a inflação fique dentro da meta
estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional. A Selic está atualmente em ciclo de alta e já passou por seis elevações seguidas.
Fonte: Agência Brasil
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