Instituições financeiras consultadas pelo Banco Central (BC) esperam
por inflação e juros básicos mais altos e maior queda na economia, este
ano. De acordo com a pesquisa semanal do BC, a projeção de analistas do
mercado financeiro para a inflação, medida pela Índice Nacional de
Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), subiu pela décima semana seguida.
Desta vez, a estimativa passou de 8,79% para 8,97%. Para 2016, a
estimativa segue em 5,50%, há cinco semanas. A inflação este ano deve
estourar o teto da meta, que é 6,5%. O centro da meta é 4,5%.
Para
tentar frear a alta dos preços, o Comitê de Política Monetária (Copom)
do BC tem elevado a taxa básica de juros, a Selic. No último dia 3, o
Comitê de Política Monetária (Copom) do BC elevou a Selic, pela sexta
vez seguida, para 13,75% ao ano. Com o reajuste, a Selic retornou ao
nível de janeiro de 2009. Para as instituições financeiras, a Selic vai
chegar ao final de 2015 em 14,25% ao ano. A projeção da semana passada
era 14% ao ano. No final de 2016, a Selic deve ficar em 12% ao ano.
A
taxa é usada nas negociações de títulos públicos no Sistema Especial de
Liquidação e Custódia (Selic) e serve como referência para as demais
taxas de juros da economia. Ao reajustá-la para cima, o BC contém o
excesso de demanda que pressiona os preços, porque os juros mais altos
encarecem o crédito e estimulam a poupança. Quando reduz os juros
básicos, o Copom barateia o crédito e incentiva a produção e o consumo,
mas alivia o controle sobre a inflação.
Embora ajude no controle
dos preços, o aumento da taxa Selic prejudica a economia, que atravessa
um ano de recessão, com queda na produção e no consumo.
A
expectativa das instituições financeiras para a retração da economia,
este ano, passou de 1,35% para 1,45%. Essa é a quinta piora seguida na
estimativa para o Produto Interno Bruto (PIB), soma de todos os bens e
serviços produzidos no país. Para o próximo ano, a projeção de
crescimento passou de 0,9% para 0,7%. Na avaliação do mercado
financeiro, a produção industrial deve ter uma queda de 3,65%, este ano,
e crescimento de 1,5%, em 2016.
A pesquisa do BC também traz a
projeção para a inflação medida pelo Índice Geral de Preços –
Disponibilidade Interna (IGP-DI), que subiu de 7,08% para 7,31%, este
ano. Para o Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M), a estimativa
passou de 6,94% para 7%, em 2015. A estimativa para o Índice de Preços
ao Consumidor da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (IPC-Fipe)
subiu de 8,39% para 8,45%, este ano.
A projeção para a cotação do dólar segue em R$ 3,20, ao final de 2015, e subiu de R$ 3,30 para R$ 3,40, no fim de 2016.
Fonte: Agência Brasil
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