Muitos estudos têm associado esses aditivos a malefícios à saúde, como TDAH, câncer e hipersensibilidades alimentares.
"Segundo a ANVISA, o aditivo alimentar não tem o propósito de nutrir, mas sim modificar características físicas, químicas, biológicas ou sensoriais, durante o processo de fabricação, tratamento, embalagem, acondicionamento, armazenagem, transporte ou manipulação do alimento."
A adição de corantes e conservantes aos alimentos é caracterizada como aditivos alimentares. Segundo a ANVISA, o aditivo alimentar não tem o propósito de nutrir, mas sim modificar características físicas, químicas, biológicas ou sensoriais, durante o processo de fabricação, tratamento, embalagem, acondicionamento, armazenagem, transporte ou manipulação do alimento. A quantidade desses aditivos é estabelecida pela Organização Mundial de Saúde (OMS), como quantidades aceitáveis (IDAs).
No entanto, muitos estudos têm associado esses aditivos a malefícios à saúde, como transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH), câncer, hipersensibilidades alimentares, retardo mental, autismo, entre outros. A hipersensibilidade alimentar é a mais comum, também dividida em: alergia alimentar e intolerância alimentar, caracterizada como uma resposta do organismo contra esses aditivos. Os sintomas mais frequentes da hipersensibilidade são urticária, broncoespasmos, edemas, asma, dermatites, hiperatividade e câncer, muito associados aos corantes: amarelo tartrazina, amarelo crepúsculo e vermelho bordeaux.
A população mais vulnerável aos aditivos são os fetos e as crianças, devido à quantidade de aditivos por quilo de peso corporal ser maior do que em um adulto e, dessa forma, as crianças acabam ultrapassando mais facilmente a IDA máxima. Além disso, as crianças apresentam uma certa imaturidade fisiológica, o que pode prejudicar a excreção dos aditivos, podendo comprometer a sua função hepática (fígado).
Devido ao risco à saúde, a Agência de Alimentos do Reino Unido (FSA) proibiu o uso de seis corantes artificiais em alimentos: a tartazina (E102), amarelo quinolina (E104), amarelo pôr-do-sol (E110), carmoisina (E122), Ponceau 4R (E124) e vermelho allura AC (E129).
Diferentemente dos corantes, os conservantes que têm como objetivo atrasar a deterioração dos alimentos por micro-organismos, como bactérias, leveduras e bolores, de fato, podem ser muito prejudiciais à nossa saúde.
A tabela abaixo mostra algumas nomenclaturas utilizadas em rótulos nutricionais e alguns grupos de produtos alimentares em que são utilizados.
Porém, devemos refletir sobre o impacto desses aditivos, uma vez em que o corpo humano é colonizado por bactérias, sendo o intestino o principal habitat dessa importante colonização que chamamos de “microbiota intestinal” ou “flora intestinal”, responsáveis por inúmeros processos como síntese de vitaminas do complexo B e vitamina K, função digestiva a partir da síntese de enzimas digestivas, regularização do trânsito intestinal, absorção de nutrientes, além de função imunomoduladora (associada ao nosso sistema imunológico e tolerância oral). O que muitos estudos vêm mostrando é que o uso desses conservantes pode exercer impacto negativo na microbiota intestinal.
O conservantes benzoato de sódio (E211), por exemplo, está muito associado à hiperatividade e, outros, associados a patologias respiratórias e imunológicas.
Em crianças, a introdução, precoce principalmente de alimentos supérfluos com quantidade excessivas de lipídios (gorduras), açúcares, corantes e conservantes, pode causar um "imprinting metabólico”, caracterizado como um desequilíbrio do metabolismo, deixando-as mais susceptíveis a determinadas doenças.
Diante de todas essas informações e do crescente interesse por produtos naturais, algumas novas formulações alimentares têm-se voltado para a utilização de corantes naturais, que não gerem tais impactos negativos na saúde e sim positivos, como no caso da curcumina (cúrcuma) que confere a cor alaranjada aos alimentos e com atividade anti-inflamatória; o licopeno (do tomate ou goiaba, ou melancia), que confere coloração vermelha; as antocianinas (da uva e frutas vermelhas), a cor azul da berinjela e a verde de legumes.
Na área de conservantes, alguns estudos vêm sendo realizados com a erva doce, assim como a canela, devido às propriedades naturais antibacterianas. Porém, esses produtos ainda são a minoria no mercado, portanto, ainda temos que evitar, ao máximo, produtos industrializados e ficar atentos aos rótulos nutricionais, principalmente à descrição dos ingredientes.
Fonte: iBahia
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