Os consumidores devem tomar alguns cuidados na hora de
renegociar dívidas com as instituições financeiras. O economista da
Serasa Experian Carlos Henrique de Almeida disse que antes de procurar
um credor, é preciso saber quanto pode pagar e fazer uma contraposta.
“Brasileiro
não sabe renegociar dívida. Quando procura o credor, acaba aceitando o
que ele oferece. Primeiro, tem ver o quanto pode pagar e sempre fazer
uma contraposta”, disse. Em uma renegociação, é preciso ter certeza se
realmente é interessante aceitar a proposta. Uma dica é procurar o
Procon para conferir a proposta.
Outra dica da Serasa é ficar de
olho nas campanhas de renegociação de dívidas de instituições
financeiras, com oferta de diminuição de juros e abatimento do valor
principal da dívida. As financeiras veem vantagem nesse tipo de
renegociação porque podem reduzir o prejuízo e fazer com que o cliente
volte ao mercado.
O professor de finanças da Faculdade Ibmec
Marcos Aguerri Pimenta de Souza destaca que quem está apertado com as
contas deve evitar fazer mais dívidas e elaborar um orçamento anual.
Nesse orçamento devem constar as despesas correntes (alimentação,
transporte, moradia, lazer, educação, faturas do cartão de crédito etc) e
as despesas previstas e sazonais como impostos (IPVA, IPTU, IRRF),
datas comemorativas (dias da Mães, dos Pais, da Criança, aniversários,
Natal) e férias (julho, dezembro).
“A partir desse orçamento, o
consumidor deve fazer uma poupança suficiente para cobrir todas estas
despesas. Além dessa poupança, ele deve fazer uma reserva financeira
para despesas imprevistas como manutenção do veículo, remédios, multas e
outras despesas extras que surgem ao longo do ano”, orientou.
“Obviamente
que nesta reorganização das contas, espera-se que os consumidores
tenham uma disciplina para anotar e controlar as despesas, e que tenham
uma visão mais de longo prazo, ou seja, não planejar apenas as semana ou
o mês, mas planejar o ano como um todo”, acrescentou.
Para
Aguerri, os brasileiros ainda são “muito imediatistas”. “ Talvez isso
tenha ocorrido por termos vivido um longo período de inflação em que se
pressionava para o consumo imediato, somado ao fato de que os
brasileiros também sejam muito otimistas em relação ao futuro. Tal
otimismo nos faz acreditar que podemos consumir agora, mesmo não tendo
dinheiro para pagar à vista, mas que teremos melhores condições no
futuro para pagar em 'suaves' prestações”, destacou.
Na avaliação
do professor de finanças, é preciso investir também na educação
financeira da população, esclarecendo lojistas, bancos e consumidores.
“Um cidadão educado financeiramente é muito bom para todos. Reduz a
inadimplência e mantém o consumo regular e constante, sem altos e
baixos. Isso promove maior produção e crescimento da economia do país”,
enfatizou.
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