O desgaste natural dos produtos é normal.
Porém, o produto ser “planejado” para parar de funcionar ou se tornarem
obsoletos em um curto período de tempo é uma prática da indústria que
deve ser combatida
Conforme usamos um produto, é natural
que este sofra desgastes e se torne antigo com o passar do tempo. O que
não é natural é que a própria fabricante planeje o envelhecimento de um
produto, ou seja, programar quando determinado objeto vai deixar de ser
útil e parar de funcionar, apenas para aumentar o consumo.
Apesar do avanço tecnológico, que
resultou na criação de uma diversidade de materiais disponíveis para
produção e consumo, hoje nossos eletrodomésticos são piores, em questão
de durabilidade, do que há 50 anos. Os produtos são fáceis de comprar,
mas são desenhados para não durar. Por esta razão, o consumidor sofre
para dar a eles uma destinação final adequada e ainda se vê obrigado a
comprar outro produto.
Um dos principais exemplos de
obsolescência programada é a lâmpada. Quando criada, ela durava muito,
mas as fabricantes viram que venderiam apenas um número limitado de
unidades. Por isso, criaram uma fórmula para limitar o funcionamento das
lâmpadas, que passaram a durar apenas mil horas, por exemplo.
Na área tecnológica, a obsolescência
programada pode ser vista com maior frequência. Geralmente, durante o
período de garantia, os desktops e notebooks de alguns fabricantes
funcionam normalmente. No entanto, após o fim desse prazo, passam a
apresentar defeitos como superaquecimento ou esgotamento da bateria. Na
quase totalidade dos casos o preço do conserto é tão alto que não vale a
pena, e os consumidores são impelidos a adquirir um produto novo.
É importante lembrar que a humanidade
já está consumindo 30% a mais do que o planeta é capaz de repor e é
preciso que haja uma redução em até 40% as emissões de gases de efeito
estufa para que a temperatura não suba mais do que 2º C.
Diante de uma situação tão alarmante,
mudanças dos padrões de produção e consumo, de forma a diminuir o
descarte desnecessário de toneladas de lixo eletrônico e tóxico no
planeta, são essenciais para reverter esse quadro.
Além disso, é dever do Estado
regularizar, fiscalizar e induzir esses novos padrões. As empresas, por
sua vez, devem garantir ao consumidor acesso à informação e assumir a
responsabilidade pelo ciclo de vida dos produtos, visando ao desenho
adequado dos produtos e embalagens e o fim da obsolescência programada.
“Comprar, tirar, comprar”
O documentário “Comprar, tirar, comprar
– The Light Bulb Conspiracy”, da diretora Cosima Dannoritzer, é um
ótimo exemplo para que os consumidores vejam como a indústria tem
trabalhado nos últimos 100 anos para promover o aumento do consumo com a
oferta de produtos de qualidade inferior.
Para assistir o documentário, clique aqui.
Fonte: IDEC
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