terça-feira, 12 de junho de 2012

Incentivos fiscais não são suficientes para aumentar venda de veículos

Maior rigidez dos bancos para o financiamento de veículos não deve ser amenizada pela queda nos juros, nem pela isenção de IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) e IOF (Imposto Sobre Operações de Crédito), revela o economista especializado no varejo automotivo, Ayrton Fontes.
Segundo o economista, o volume de venda de veículos não deve crescer de forma expressiva, atingindo no final deste ano, os mesmo resultados apresentados no final de 2011.
Um dos fatores que deve contribuir para a estabilidade nas vendas é a inadimplência, que deve continuar crescendo no setor automotivo. “A inadimplência deste setor saltou de 2,7% em abril de 2011 para 5,9% no mesmo mês deste ano, com curva ascendente e continua de 0,2% ao mês”, completa.
Mercado
De acordo com um levantamento feito por Fontes, a curva ascendente das vendas de veículos e comerciais leves no País nos últimos 10 anos iniciou em 2003, quando houve o começo da migração das classes mais baixas para a nova classe média. “Nesta época houve uma dilatação do poder de compra, com as oportunidades e estabilidade de emprego, somados aos novos programas governamentais de inclusão e benefícios sociais. Essas iniciativas levaram esta grande massa de brasileiros a comprarem veículos”, explica.
Segundo o levantamento, em 2005 houve a expansão do crédito, onde o consumidor podia comprar um veículo zero quilômetro 1.0 em até 72 parcelas mensais, sem entrada e sem burocracia. “Era necessário ter o nome limpo e uma renda familiar mensal em torno de R$ 2.500”, explica Fontes.
De acordo com o economista, mais de 1,5 milhão de consumidores compraram pela primeira vez um veículo zero quilômetro nestas condições, entre 2005 e 2011. “Essa mudança no comportamento de consumo acentuou muito o crescimento das vendas em nosso País”, conta.
“Este movimento acabou no início de 2012 pelo próprio esgotamento do poder de compras destas pessoas, e principalmente, pela maior rigidez dos bancos em conceder crédito sem entrada e com prazos longos, praticamente tirando do mercado os consumidores da nova classe média”, afirma o economista.

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