Ao longo de quase 20 anos do Plano Real, a inflação acumulada desde
1/07/1994 até 1/2/2014, medida pelo IPCA, foi de 347,51%. Assim, um
produto que custava R$ 1,00 em 1994 custa hoje R$ 4,47.
O
matemático financeiro José Dutra Vieira Sobrinho afirma que, em
decorrência desse fato, a cédula de R$ 100,00 perdeu 77,65% do seu poder
de compra desde o dia em que passou a circular. Com isso, o poder
aquisitivo da nota de R$ 100,00 é hoje de apenas R$ 22,35.
A perda
desse poder aquisitivo é calculada por uma fórmula matemática na qual
se divide o valor nominal da moeda pela taxa de inflação somada a 1.
Quem quiser aprender a calcular a perda do poder aquisitivo da moeda
pode acompanhar a explicação do professor Dutra no seu blog.
"O
real foi reduzido a quase um quinto do valor em 20 anos", diz o
professor. "Mas isso ainda é uma vitória. Porque mesmo passados 20 anos,
ela ainda mantém um certo poder aquisitivo. O histórico anterior era de
uma inflação que chegava a 5.000% ao ano."
A garoupa virou lambari
"Com essa desvalorização, se o indivíduo ganhava R$ 100 em 1994 agora precisa de R$ 400 para poder atender aos seus desejos", diz o professor de Economia do Insper Otto Nogami. "A garoupa virou um lambari", referindo-se ao peixe que estampa a nota de R$ 100.
"Com essa desvalorização, se o indivíduo ganhava R$ 100 em 1994 agora precisa de R$ 400 para poder atender aos seus desejos", diz o professor de Economia do Insper Otto Nogami. "A garoupa virou um lambari", referindo-se ao peixe que estampa a nota de R$ 100.
A onça também
virou um gatinho –a nota de R$ 50 hoje tem o poder de compra de R$
11,17. Em 20 anos, o valor da moeda de R$ 0,01 praticamente desapareceu.
Isso
se deve por conta do efeito da inflação sobre o poder de compra. "A
inflação é o termômetro que mede a diferença entre o desejo de consumir
e a capacidade de produzir", diz Nogami.
Quando o desejo de consumir é maior do que a capacidade de produção, os preços sobem.
Inflação é problema crônico no Brasil
O crônico problema brasileiro com a inflação está, portanto, na incapacidade de o país produzir o suficiente para atender à demanda reprimida, ou seja, àqueles que querem consumir e pagam por isso.
O crônico problema brasileiro com a inflação está, portanto, na incapacidade de o país produzir o suficiente para atender à demanda reprimida, ou seja, àqueles que querem consumir e pagam por isso.
"Há
também um incentivo inconveniente e imprudente por parte do governo de
estimular compras sendo que não há a produção necessária para atender o
consumo.
Outro fator que estimulou a inflação foi a queda abrupta
da taxa de juros até 2012. A oferta de crédito fez com que as pessoas se
sentissem mais "ricas". "O brasileiro partiu para o consumo
desenfreado, se endividou, se tornou inadimplente. E a conta para pagar
veio.
Como sair dessa situação?
É simples, diz o professor Nogami. A primeira providência é investir no setor produtivo para adequar as necessidades de produção ao consumo.
É simples, diz o professor Nogami. A primeira providência é investir no setor produtivo para adequar as necessidades de produção ao consumo.
O segundo item
importante é o investimento em educação. Incluir na grade curricular
conceitos fundamentais de finanças pessoais. Ensinar a importância de
poupar.
"Sonhos de consumo podem e devem ser realizados, mas
mediante um planejamento. Primeiro economizar para realizar o sonho e
não antecipar o sonho usando empréstimos e financiamentos que no médio
prazo reduzem sua capacidade de consumir", diz.
E, quando o produto estiver caro demais, deixe-o na prateleira. Afinal, quando o produto sobra, as liquidações aparecem.
Fonte: UOL
Nenhum comentário:
Postar um comentário