O ajuste fiscal é uma fase de transição e, para superá-lo, o
Brasil vai precisar de uma agenda positiva em que a iniciativa privada
terá um papel maior, disse o diretor do Centro de Economia
Mundial da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Carlos Langoni.
"Existe
vida após o ajuste. O Brasil vai sobreviver, ultrapassar essa fase de
transição. E o grande desafio é como retomar os investimentos, porque
sem isso não há crescimento", afirmou Langoni, ao participar do
seminário Brasil: Perfil de Competitividade, na sede da Federação das
Indústrias do Estado do Rio de Janeiro. Ele defendeu uma economia que
estimule mais investimento privado. “A crise está empurrando o Brasil
para um caminho de eficiência, baseado não no governo, mas no setor
privado.”
Ele defendeu a adoção de concessões para atrair o
investimento privado, e comparou-as às privatizações. "A concessão é uma
privatização envergonhada. Uma concessão de 25 anos, renovável por mais
25, é uma privatização".
O vice-presidente da Federação das
Indústrias do Rio, Carlos Mariani, destacou dificuldades da indústria e
pediu a desoneração da produção, com redução da carga tributária e da
burocracia. Mariani defendeu também a regulamentação das terceirizações e
disse que a medida vai resolver o problema da insegurança jurídica.
O
projeto de lei que prevê a regulamentação das terceirizações, inclusive
na atividade-fim das empresas, sofre forte oposição de sindicatos, que
veem precarização das relações de trabalho com a medida.
Fernando
Blumenschein, economista da FGV, apresentou um estudo sobre a
competitividade. Segundo ele, a pesquisa mostra acentuadas disparidades
na entre as microrregiões brasileiras e também entre setores da
economia.
Apesar disso, quando são analisados todos os setores e
dimensões da competitividade de cada microrregião, é possível
identificar pontos fortes que podem nortear políticas públicas, disse
Blumenschein.
Fonte: Agência Brasil
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