De acordo com especialistas, atender ao chamado das promoções gera uma economia de até 30%, dependendo do produto. Mas é preciso ter atenção, pois a frequência com que se vai ao supermercado pode estimular as compras por impulso. Além disso, idas e vindas ao ponto de venda só valem a pena se o comprador mora perto e não gasta muito com transporte.
— Aproveitar as ofertas, sem dúvida, é uma excelente estratégia. Mas o consumidor tem que se controlar para não gastar além do necessário — alertou Haroldo Monteiro, coordenador da pós-graduação em Gestão Estratégica no Varejo do Ibmec/RJ.
Segundo dados da Associação de Supermercados do Estado do Rio de Janeiro (Asserj), a queda nas vendas foi de 8,18% em junho, em comparação ao mesmo mês de 2014. No acumulado do ano, a perda real chega 5,1%.
De mercado em mercado, atrás de ofertas
As categorias básicas de consumo — como papel higiênico, margarina, óleo, arroz e feijão — estão ganhando mais penetração no mercado, segundo a pesquisa da consultoria da Nielsen.
— A inflação das refeições fora de casa assustou os brasileiros, que estão cada vez mais preparando a própria comida. Produtos perecíveis são grandes aliados do varejo, porque fazem os consumidores retornarem mais vezes ao mercado — lembrou Maria Fernanda Celidonio, analista de mercado da Nielsen.
O técnico de engenharia Antônio Rodrigues Guedes, de 63 anos, percorre no mínimo três estabelecimentos por semana. Quando há uma promoção, ele compra a mercadoria em grande quantidade. Em sua casa, apesar de a família ter sido reduzida à metade por causa do casamento de um filho e da morte da sogra — hoje, ele mora com a mulher e apenas uma filha —, os gastos mensais não diminuíram na mesma proporção:
— Hoje, está tudo muito mais caro. Temos que percorrer vários mercados. Eu nem faço lista de compras. Já tenho tudo na cabeça. A batata e a cebola, por exemplo, estão caras em qualquer lugar. Mas, no caso desses produtos, eu prefiro ir ao sacolão comprar o que vamos consumir. Quando a mercadoria é perecível, não há como fazer estoque.
A auxuliar de serviços gerais Constância Evangelista, de 40 anos, acompanha a alta de preços desde janeiro.
— Percebi que, fazendo compras mensais, eu estava gastando 40% a mais do que desembolsava no início do ano. Agora, espero as promoções. Chego a ir mais de dez vezes ao mercado no mês. Eu gastava R$ 350 por mês. Hoje, separo R$ 600. Se eu continuasse a fazer compras mensais, gastaria R$ 800, no mínimo, levando os mesmos produtos. As meninas do trabalho já sabem: às quintas-feiras, tenho um compromisso: aproveitar a promoção da carne — afirma.
Promoções
A classe C é a que mais mudou a rotina de compras por conta da alta da inflação dos alimentos, no primeiro semestre. Segundo a pesquisa da Nielsen, 49% dos entrevistados disseram que compram somente quando há promoções nos supermercados.
Quanto gastar
O gasto médio desses consumidores com as compras permaneceu estável em junho, com alta de 0,6%.
Categorias básicas
Para 67% dos entrevistados, houve aumento no consumo da categorias básicas — como papel higiênico, margarina, óleo, arroz e feijão —, que estão ganhando ainda mais penetração. Porém, mais da metade dos consumidores deixou de comprar supérfluos, como antisséptico bucal, creme para pele, cereal matinal e água de coco. Na classe C, o índice de abandono de consumo desses itens chega a 64%.
Volume comprado
As famílias estão dispostas a comprar mais produtos quando há promoções. Nos atacarejos, o aumento dos volumes adquiridos chegou a 8,5%. Nos supermercados, o crescimento foi de 2,2%.
Fonte: Extra
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