O índice de mães adolescentes chega a variar 166,5 vezes nas
diferentes regiões da capital paulista, segundo o Mapa da Desigualdade
elaborado pela Rede Nossa São Paulo. Em Perus, na zona norte, 19,41% dos
nascidos vivos em 2015 são filhos de mulheres com até 19 anos. Na
Cidade Tiradentes, no extremo leste, o percentual é de 19,12%. No Jardim
Paulista, na zona oeste, o índice é de 0,117% e em Moema, na zona sul, é
de 0,57%.
Em relação à mortalidade infantil, a diferença entre
os bairros com maior e menor índice é de 14,85 vezes. No Pari, entre a
região central e a zona norte, a mortalidade é de 23,65 para cada grupo
de mil nascidos vivos. No Parque do Carmo, o índice é de 19,2, segundo
os dados de 2015. Em Pinheiros, foi registrada 1,59 morte para cada mil
nascimentos e na Vila Leopoldina, também na zona oeste, 2,87 mortes.
O
número de homicídios de jovens (entre 15 e 29 anos) variou 16,26 vezes,
de acordo com os dados de 2015, excluindo os 11 distritos onde não
houve registro de assassinatos nessa faixa etária. No Campo Limpo, na
zona sul paulistana, foram 10,44 mortes para cada grupo de 10 mil
habitantes. Em Guainases, zona leste, o índice ficou em 10,19 para cada
10 mil. Na Vila Mariana, zona sul, o índice é de 0,64 para cada 10 mil.
Na
comparação entre os números da desigualdade verificados em 2012, início
da gestão do prefeito Fernando Haddad, e os resultados de 2015, últimos
dados disponíveis, foram verificados poucos avanços. Entre os 40
indicadores que abrangem áreas com saúde, segurança, cultura, esporte e
meio ambiente, 21 tiveram melhora no período, cinco não se alteraram e
14 pioraram.
“Nesses três anos houve mudanças muito pequenas,
quase que insignificantes, em relação ao retrato da desigualdade na
cidade”, enfatizou o coordenador executivo da Nossa São Paulo, Maurício
Broinizi. Porém, para ele, algumas ações adotadas pela administração
municipal apontam para o caminho correto. “Os dados em si não mudaram
substancialmente, embora exista uma tendência, com as políticas públicas
implementadas nos últimos anos, a ter uma leve melhora de algumas
regiões da periferia de São Paulo”,
acrescentou.
Metas
Essas medidas positivas se refletiram
nas metas estabelecidas para o governo, que tiveram em várias áreas um
bom nível de cumprimento. Entre os 123 objetivos estabelecidos para o
mandato de Haddad, 19 foram superados dentro dos parâmetros
estabelecidos, 42 foram completamente atendidos, em 14 o cumprimento
alcançou mais de 75% do planejado, em 25, mais de 50%, em 17 o
desempenho foi inferior a 50% e em seis, inferior a 25% ou igual a zero.
Perlo cálculo da Nossa São Paulo, o desempenho final da administração é
de 78,96% até o momento, a quatro meses do fim da gestão.
“Onde
houve algumas tendências de melhora no Mapa da Desigualdade foi por
atuação das políticas públicas que estão no atual plano de metas”,
ressaltou Broinizi sobre a importância dos objetivos colocados no início
do mandato. Entre as áreas em que a prefeitura apresentou bons
resultados, o coordenador da organização não governamental destacou os
compromissos com a juventude, o acesso a equipamentos culturais e os
programas que acolheram populações vulneráveis, como moradores de rua e
usuários de drogas.
Para o secretário adjunto de governo da
prefeitura, Weber Sutti, os números mostram que houve avanços, apesar
das dificuldades de superar problemas que se arrastam por muitos anos na
capital paulista. “Os problemas são históricos na cidade de São Paulo. O
que o trabalho da Rede Nossa São Paulo Mostrou é que a desigualdade
diminuiu. Há melhora nos índices. No caso da mortalidade, há melhora em
todos os índices”, disse, ao destacar que a administração municipal tem
investido preferencialmente na periferia como forma de contornar as
assimetrias da cidade.
Fonte: Agência Brasil
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