Consumidores podem enviar sugestões até dia 7/5.
Em fevereiro deste ano, o Ministério da Saúde abriu para consulta pública o novo Guia Alimentar para a População Brasileira. O documento em questão revisa o guia anterior publicado em 2006 e trará orientações e recomendações que facilitarão a prevenção tanto da desnutrição - em forte declínio no País - quanto de doenças em ascensão, como a obesidade, diabetes e outras doenças crônicas relacionadas à alimentação. Essa Publicação do Ministério da Saúde foi elaborada com o apoio do Nupens/USP (Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo) e da Organização Pan-Americana de Saúde.
Para o Idec, essa publicação do Ministério da Saúde é uma ferramenta importante que deve atingir todo o País. “Com o intuito de aprimorar o guia e garantir um processo amplo e participativo, a população e a sociedade civil organizada pode e deve participar da sua elaboração”, afirma a nutricionista do Idec, Ana Paula Bortoletto. O guia pode ser acessado e as sugestões enviadas por meio do portal do Ministério da Saúde até 7/5.
“O novo Guia Alimentar apresenta muitos avanços em relação ao anterior incluindo a importância do acesso à informação de qualidade sobre o que comemos e da regulação da publicidade de alimentos. O Idec não só irá contribuir para a consulta pública como também está trabalhando para que a sociedade civil participe em peso desse processo”, conclui a nutricionista.
Apresentação do Guia Alimentar
Na última terça-feira (25/3), aconteceu na FSP (Faculdade de Saúde Pública) da USP, uma apresentação seguida de debate sobre o novo Guia Alimentar para a População Brasileira, com os principais segmentos da sociedade que atuam nesta área. A abertura do evento contou com o diretor da FSP, Victor Wunch Filho, e a coordenadora do Grupo de Pesquisa Nutrição e Pobreza do IEA (Instituto de Estudos Avançados), Ana Lydia Sawaya. O evento lotou o Anfiteatro João Yunes e a transmissão ao vivo teve mais de 1200 acessos. A gravação está disponível aqui.
O Guia foi apresentado pelo professor da FSP e coordenador do Nupens/USP, Carlos Augusto Monteiro, que explicitou sobre a estrutura e os temas abordados no novo Guia. O documento tem por objetivo incentivar o aumento do consumo de alimentos frescos ou minimamente processados (que são partes comestíveis de plantas ou de animais como sementes, raízes, talos, folhas, frutos, músculos, vísceras, leite etc) e preparações culinárias. A recomendação central do novo guia é: prefira sempre alimentos e preparações culinárias a produtos prontos para consumo e evite produtos ultraprocessados (que são formulações da indústria derivadas de alimentos e adicionadas de aditivos que estendem sua duração e lhes dão mais cor, sabor, aroma, textura).
Além disso, o Guia resgata orientações sobre “como” comer (com calma, atenção, em ambientes apropriados) e com quem comer (comer em companhia) respeitando o ambiente, de forma sustentável. O guia também conta com uma seção de fotos que exemplifica refeições saudáveis que respeitam a regionalidade dos produtos disponíveis nas diferente partes do Brasil.
Na última seção, o guia fala ainda sobre como superar os obstáculos impostos para a realização de uma alimentação saudável. Dentre eles, ressalta a importância do acesso à informação clara, correta e precisa sobre os alimentos que comemos e da regulamentação da publicidade de alimentos - uma maneira de evidenciar essa discussão e sensibilizar a população em âmbito nacional.
Além de Monteiro, discursou também a professora adjunta do curso de Nutrição, Instituto Saúde e Sociedade e membro do Grupo de Pesquisa Nutrição e Pobreza do IEA, Semíramis Martins Álvares Domene, que reforçou que a preparação de refeições é fundamental no caminho para uma alimentação saudável. Portanto, além do guia, materiais específicos que contenham dicas e receitas devem ser elaborados.
Participe da Consulta Pública!
Consumidor(a), confira o Guia Alimentar, veja se as informações estão de acordo com o seu dia a dia, se a linguagem está acessível e se as orientações do Guia contemplam suas possibilidades. Caso tenha algo a melhorar ou sugerir, participe da consulta pública até o dia 7 de maio neste link: www.saude.gov.br/consultapublica. O Idec também irá contribuir, informaremos em breve.
Fonte: IDEC
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